
Com apenas 17 anos, o estudante do Sistema Social da Indústria (SESI) Marcus Vinícius Okubo já enumera várias conquistas acadêmicas e profissionais no currículo. A mais recente foi a aprovação, com bolsa de 30%, para o curso de verão de Escrita Criativa, oferecida pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
O e-mail de aceitação foi uma grande surpresa para o jovem. Além de descobrir sobre a competição faltando apenas duas semanas para acabar o prazo, as chances de conseguir uma bolsa eram baixíssimas, tendo em vista que concorreria com pessoas de todo o mundo. Mas a insegurança não o impediu.
A oportunidade foi possível por meio da Competição de Redação da Immerse Education, que desafiou Marcus a redigir uma redação dissertativa-argumentativa em resposta à pergunta tema “Diários pessoais constituem formas de escrita criativa?”.
“Eu gostei bastante da experiência de escrever esse texto, principalmente porque foi um momento de reflexão, de relacionar o autoconhecimento com a ideia de fugir do óbvio, que é uma das propostas da escrita criativa. É você estar inovando por meio do texto, colocar um pouco da sua expressão pessoal,” conta Marcus Okubo, 17 anos.
Paixão pelos estudos teve o início na robótica
A trajetória acadêmica de Marcus Okubo até ganhar a bolsa de estudos da Universidade de Cambridge é marcada por realizações. Foi em 2015 que o jovem ingressou no Centro de Ensino SESI Gama (DF) com o objetivo de fazer parte do time de robótica da instituição de ensino.
O começo não foi como planejado e Marcus decidiu se dedicar a atividades extracurriculares da escola, tais como oficina de escrita, projeto de artes, musicais, entre outros. Entretanto, logo percebeu que só estava ali por causa da robótica e voltou para a equipe.
Em 2019, a equipe Lego of Olympus foi premiada com o primeiro lugar na categoria Trabalho em Equipe da FIRST LEGO League (FLL), no Torneio SESI de Robótica. Eles também garantiram vaga para o Torneio de West Virginia, no Estados Unidos, e trouxeram o troféu de segundo lugar geral da competição para casa.
Para Marcus, a robótica foi a experiência mais importante e significativa de sua vida. “Eu só estou buscando oportunidades como estou hoje por conta disso, principalmente essa competição de redação e essa oportunidade de estudar na Universidade de Cambridge. A robótica que me influenciou a ter essa paixão pela educação, a ser uma pessoa muito mais adepta a multidisciplinaridade”, o jovem afirma.
Atualmente, o estudante não é mais competidor nos torneios de robótica, mas os valores da FIRST continuam influenciando sua vida. Ele explica que percebeu como os projetos e ações sociais que desenvolvia em equipe impactavam as outras pessoas.
“Nos últimos anos, participei de simulações da ONU e desenvolvi o Projeto Include, uma iniciativa online feita para apoiar artistas brasileiros e contribuir para a democratização da arte no país. Também fui selecionado com outros 29 jovens latino-americanos para participar do Bootcamp da Latin American Leadership Academy e, atualmente, desenvolvo um projeto de pesquisa na área de sociologia voltado para a análise da evasão escolar de jovens transgêneros no Ensino Básico. Tudo isso, eu posso dizer que foi graças a robótica”, Marcus Vinícius Okubo afirma.