Aluno do SESI com síndrome de down aprova aulas a distância durante a pandemia

O estudante é aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da instituição e conta com o apoio da mãe para seguir a rotina de estudos

Os estudos do Cleberson no SESI começaram do zero em 2014

Viajar aos Estados Unidos! Esse é o sonho de Cleberson da Costa França, aluno do 9º ano da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço Social da Indústria (SESI) do Amazonas. O estudante, 36 anos, nasceu com Síndrome de Down e conta com a ajuda da mãe, a indígena kokama Valdenira da Costa França, e da equipe de profissionais do SESI, para realizar outro sonho: estudar.

Para cumprir a rotina das aulas on-line no período de pandemia, atenção aos estudos é prioridade. “Montamos uma rotina diária para realizar as atividades em casa sem perder o foco. Acordamos, tomamos nosso café, arrumamos o que precisamos e daí iniciamos os estudos, por volta das 10h, e só paramos quando finalizamos toda a atividade da escola”, comenta França, que sustenta a família com as suas produções de artesanato.

Os estudos do Cleberson no SESI começaram do zero, quando o estudante ainda era auxiliar de serviços gerais na empresa Andrade Gutierrez, em 2014. Na época, ele estudava na própria empresa localizada no São Raimundo. Mas, ao ser desligado do emprego, foi necessário se deslocar do bairro Monte das Oliveiras para o São José I, onde fica localizada a escola SESI Emina Barbosa Mustafa.

Para vencer o percurso de mais de 15 quilômetros, Cleberson pega sozinho quatro ônibus, sendo dois para ir e dois para voltar. A mãe afirma que a locomoção do estudante era a parte mais preocupante, pois ele saía de casa às 16h e só retornava às 23h. “Isso só quem faz é quem tem muita força de vontade, e meu filho tem, isso eu garanto”, disse a mãe. Enquanto as aulas presenciais não são retomadas, o estudante faz aulas on-line.

França observa que o filho é muito inteligente, mas tem limitações que o impedem de aprender com mais facilidade, como os problemas na fala, que o induzem a escrever conforme a dicção, por exemplo. Mas, revela a mãe, que melhorou muito desde que entrou no SESI, onde aprendeu a ler, pegar ônibus, além de outras facilidades que o ajudam no dia a dia como conferir dinheiro e fazer compras.

Cleberson não esconde a gratidão pelos cuidados que recebe diariamente. “O SESI e todos os professores são muito bons. A instituição é especial para mim, sou tratado muito bem, gosto como se fosse minha família, o SESI é tudo”, disse o estudante.

De acordo com Valdenira, está sendo desafiador ajudar o filho com as atividades escolares nesse período de aulas a distância, não pelo uso das plataformas digitais ou dificuldades com a internet, mas com os conteúdos de história, geografia e, principalmente, matemática.

“Tem coisas que já não lembro mais, sou da época em que trabalhávamos apenas com as quatro operações. Está sendo um desafio para mim, mas isso nos aproximou mais”, disse a mãe que possui o ensino fundamental incompleto.

A artesã também disse que o filho não tem problemas em manusear e enviar as atividades escolares pelo computador. “Por ter limitações, fica impossibilitado de mexer algumas coisas, mas redes sociais é com ele mesmo”, diz ela. “Ele teve curso de informática no SESI, sabe mexer nas redes sociais e até Facebook tem”, acrescenta.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

Acompanhe todas as notícias sobre as ações da indústria no combate ao coronavírus na página especial da Agência CNI de Notícias

Relacionadas

Leia mais

As mais lidas de 6 a 12 de julho na Agência CNI de Notícias
Do sonho à realidade: jovem revela que encontrou no SENAI a receita do sucesso
Escola no pós pandemia terá ensino híbrido e mais uso de tecnologia

Comentários