Aluno do SENAI do Rio de Janeiro sai do interior para conquistar o mundo

O estudante Ralph Crespo volta do mundial de profissões na Rússia como o terceiro melhor do mundo em Soldagem

Ralph coloca o SENAI no pódio da educação mundial

Foi da zona rural da região Norte do estado do Rio de Janeiro que saiu o terceiro melhor profissional do mundo em Soldagem. Ralph Crespo, de 21 anos, aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Campos de Goytacazes (RJ) representou o Brasil no mundial de profissões técnicas na Rússia e volta de Kazan com a medalha de bronze. O Brasil foi mais uma vez consagrado entre os países com a melhor educação profissional do mundo e subiu ao pódio 13 vezes.

A 45ª edição do evento, realizado a cada dois anos, reuniu os melhores estudantes de países como China, Alemanha, Inglaterra e Canadá, que se enfrentaram em 56 modalidades. Em disputa com 62 países, o Brasil obteve a terceira colocação no somatório de pontos na competição mundial de profissões técnicas – 2 ouros, 5 pratas, 6 bronzes e 28 Certificados de Excelência Internacional, com provas práticas que têm como base as qualificações exigidas pelo mercado de trabalho e as atualizações tecnológicas que estão chegando às empresas.

A primeira colocação em pontos foi para a China e a segunda para o país sede, a Rússia. Em 73% das ocupações, o Brasil obteve nível de excelência internacional. “Tenho certeza que todo esse tempo de treino e todo apoio que tive dos instrutores fez com que eu adquirisse o conhecimento necessário para vencer. Me senti preparado para representar o país da melhor maneira possível”, disse emocionado o estudante fluminense. Este ano, o jovem tambémn venceu a WorldSkills Americas.

Ralph foi incentivado pela irmã mais velha a matricular-se em curso de aprendizagem no SENAI. Já animado, estudando, uma surpresa: a namorada anunciou uma gravidez inesperada. Mas o que poderia representar algum tipo de empecilho foi, na verdade, o grande estímulo para ele.

Ralph sempre quis trabalhar com soldagem. Após concluir o curso profissionalizante, em 2016, foi selecionado para a Olímpiada do Conhecimento. Ele foi medalha de ouro em todas as etapas. Na seletiva WorldSkills (antiga etapa nacional), concorreu com dez estados e desbancou, no desempate, o Rio Grande do Norte, invicto desde 2011. A preparação para a fase nacional durou 11 meses. “Sou muito determinado e, por minha conta, ultrapassei o horário de treinamento diversas vezes. Mas valeu a pena porque cheguei até aqui”, diz.

"Por minha conta, ultrapassei o horário de treinamento diversas vezes. Mas valeu a pena porque cheguei até aqui" - Ralph Crescpo

RITMO INTENSO - Além de Ralph, o aluno do SENAI Maracanã Victor Ribeiro, de Joalheria, também competiu. Desde janeiro, os jovens estiveram no SENAI Nacional, em Brasília, seguindo um ritmo de treinamento intenso, de segunda a sábado, das 8h às 19h. Eles tiveram que demonstrar suas habilidades individuais e coletivas para responder aos desafios de suas ocupações dentro de padrões internacionais de qualidade.

Para o gerente de Educação Profissional do SENAI/RJ, Edson Melo, competir na WorldSkills é mais uma chancela internacional da qualidade da formação profissional. “É uma oportunidade ainda de observarmos novas práticas, alavancando ideias e processos que inspirem jovens a carreiras técnicas e tecnológicas. Participar de uma competição desse porte é motivo de orgulho e inspiração para construir um futuro melhor”, afirma.

OLIMPÍADA DO CONHECIMENTO - Para participar da WorldSkills, é necessário passar por algumas etapas: escolar, regional, estadual, seletiva para a WorldSkills (antiga fase nacional) e WorldSkills (mundial). Em cada uma delas, os alunos realizam provas nas quais precisaram mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes para superar desafios em sua área de formação, dentro de prazos e padrões de qualidade e produtividade requeridos pelo mercado de trabalho. Este ano, iniciou-se novo ciclo da Olímpiada. Os vencedores da etapa estadual, que concorrerão por vagas na nacional, já foram conhecidos em julho.

Para o analista Técnico de Educação Profissional do SENAI/RJ e delegado técnico do Rio de Janeiro na competição, Adilson Dantas, a WorldSkills é uma oportunidade de mostrar para o resto do mundo o que está sendo feito no Brasil em educação profissional. “É também um instrumento de avaliação fundamental que faz com que o SENAI consiga mapear pontos de melhoria em sua infraestrutura, atualização tecnológica das equipes e dos planos educacionais de referência”, destaca. Ele também acrescenta que a competição serve como vitrine para o mercado de trabalho, que fica de olho no desempenho dos melhores competidores.

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