O conjunto de desafios que o próximo governo terá de enfrentar para assegurar um ciclo duradouro de crescimento econômico exigirá do próximo presidente da República liderança política, ação e capacidade de negociação. “Essa tarefa precisa ser atrelada a um diálogo construtivo com os partidos políticos e à formação de uma base de apoio no Congresso Nacional, que permita a aprovação de reformas estruturais para fazer o país avançar”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, ao dar início ao Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência, nesta quarta-feira (4), em Brasília.
Segundo ele, após o Brasil atravessar a pior crise econômica e política das últimas décadas, a decisão que será tomada pelo eleitor brasileiro, na escolha de seus governantes e de seus representantes nas assembleias legislativas e no Congresso Nacional, se tornou ainda mais importante. Assim, para o presidente da CNI, a sabatina que representantes do setor produtivo farão de seis pré-candidatos ao Palácio do Planalto, ao longo do dia, representa uma excelente oportunidade para se discutir o futuro do Brasil.
PROPOSTAS DA INDÚSTRIA – A tônica das discussões será dada pelas propostas que a indústria está entregando aos concorrentes à Presidência, reunidas em 43 documentos com diagnósticos e soluções a serem adotadas. Em comum, a agenda de competitividade da indústria tem como objetivo a criação de um ambiente institucional e de negócios que fomente o empreendedorismo e o crescimento. “A indústria tem tido papel indispensável como fonte de soluções para a criação de empregos de qualidade, o aumento de produtividade e a inovação”, afirmou.
Nesse sentido, o próximo governo terá de avançar na agenda de segurança jurídica e na melhora da qualidade da governança do poder público. Sobre o primeiro tema, o presidente da CNI relembrou que a instabilidade de regras, a falta de clareza nas leis originadas do Congresso Nacional, as mudanças constantes na interpretação de leis e conflitos entre Poderes têm criado um ambiente de elevado custo para o investimento, que serve como freio ao crescimento da economia.
Sobre a governança, Andrade destacou a urgência da disseminação no poder público de uma cultura de boa gestão e de eficiência, que resulte em políticas públicas que entreguem benefícios efetivos aos cidadãos e que estimulem as atividades produtivas – em vez de desestimulá-las ou onerá-las. “O Estado precisa ser eficiente, aperfeiçoar o funcionamento da máquina pública, reduzir a burocracia e aumentar a capacidade de prover serviços adequados”, alertou.
DIÁLOGO CONSTANTE – Desde 1998, a CNI promove encontros com os candidatos à Presidência da República para conhecer suas ideias para governar o país. Para os próximos quatro anos, a CNI reforçará a necessidade de ampliação da agenda de reformas – sobretudo com a simplificação do sistema tributário e a reforma da Previdência Social –, além de defender que os avanços já conquistados, como a modernização das leis do trabalho e a regulamentação da terceirização, não sejam revogados ou desfigurados.
“No próximo mandato, será necessário encontrar um consenso político para viabilizar a reforma tributária, enfrentando, enfim, a complexidade que tanto onera e atrapalha a vida das empresas”, disse Andrade. “Do mesmo modo, não é possível adiar mais a reforma da Previdência, sob pena de perpetuar o desequilíbrio fiscal. Caso o país não resolva o problema, o sistema previdenciário entrará em colapso.”
DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM OS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA - Há duas décadas, a CNI apresenta à sociedade e aos candidatos à Presidência da República um conjunto de propostas para o crescimento econômico e social do Brasil. Neste ano, o setor industrial sabatina seis pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Acompanhe a cobertura completa na Agência CNI de Notícias e no Flickr da CNI.