Quem não gosta de apreciar uma fatia de queijo com um cafézinho no meio da tarde? Ou com goiabada, após o almoço? Melhor ainda se for um Queijo Minas Artesanal fresquinho. O modo de preparar o Queijo Minas Artesanal, passado de geração para geração, recebeu reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Agora, a produção do delicioso Queijo Minas Artesanal, figura na Lista Representativa da Convenção para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade com outras seis práticas brasileiríssimas. Tais como:
- O samba de roda baiano
- A roda de capoeira
- O Círio de Nazaré
- O Bumba Meu Boi maranhense
- O Frevo recifense; e
- A Pintura Corporal Wajãpi
O “jeitinho mineiro” de produzi-lo já havia sido reconhecido como patrimônio imaterial de Minas Gerais em 2002. Em 2008, o título chegou ao nível nacional e, agora, em nível mundial.
Modo de preparo
Como é preparado o Queijo Minas Artesanal, afinal? Uma característica determinante é que tudo é feito à mão, sem a utilização de máquinas. As vacas, que também são criadas no local da produção, são ordenhas e o leite não passa pela pasteurização, que tem por finalidade a conservação.
Em seguida, vem o processo de maturação, no qual o leite in natura recebe um fermento natural, conhecido como pingo; o coalho, um extrato de origem animal que se usa para coagular o leite e, por fim, o sal. Essa mistura descansa por cerca de 22 dias.
Há mais de 200 anos, a tradição de aperfeiçoar esse processo é passada de pais para filhos, em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). A prática, também é grande impulsionadora da economia mineira e sustenta centenas de famílias que tiram do Queijo Minas Artesanal, o sustento.
Mais de 3,1 mil agroindústrias produzem a iguaria em Minas Gerais, segundo o governo do estado. A produção anual é estimada em 21,8 mil toneladas, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.
Só é Queijo Minas se for feito em Minas?
Cerca de 10 microrregiões mineiras se destacam por fazer Queijo Minas Artesanal: Serro, Serra do Salitre, Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Serra da Piedade ao Caraça, Serras de Ibitipoca e Triângulo Mineiro.
Ao longo do tempo, a iguaria passou a ser processada e consumida em todo o território nacional, mas o estado é o mais tradicional produtor. Existe regiões brasileiras que utilizam a nomenclatura "queijo minas" para se referir ao queijo frescal, ou queijo branco.
Além de Minas Gerais, outras regiões brasileiras também se destacam na produção queijeira. E essa geolocalização faz diferença! É através dela que conhecemos, por exemplo, os queijos canastra, colonial, serrano, entre outros. A diferença está, no entanto, em diversos fatores, desde o ambiente de preparo e o manuseio até a alimentação dos animais que são utilizados na produção.
O gostinho peculiar de cada queijo brasileiro (e não só dos queijos) está atrelado à indicação geográfica, um artífico da propriedade intelectual que serve para proteger produtos e serviços que são totalmente ligadas ao local geográficos onde são produzidos.
Conheça sobre as indicações geográficas: