Indicadores de infraestrutura refletem queda acentuada provocada pela pandemia

Levantamento da CNI aponta recuo em 2020 em relação a 2019 na movimentação aeroportuária (-69%), no tráfego em rodovias pedagiadas (-16%) e no consumo comercial de energia elétrica (-11%)

Dois aviões em um aeroporto
No setor aéreo, o volume de passageiros e de carga movimentada caíram, respectivamente, 69% e 19%

A pandemia de Covid-19 impactou diretamente as atividades de diversos setores da economia brasileira. Dez dos quinze indicadores de infraestrutura selecionados no Relatório Mensal de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentaram retração em 2020 na comparação com 2019.

O levantamento da CNI aponta que a mais pronunciada queda ocorreu no tráfego aéreo de passageiros e de carga, primeira atividade a ser afetada pela pandemia: o volume de passageiros e de carga movimentada caíram, respectivamente, 69% e 19% no acumulado do ano.

Também houve forte redução do consumo comercial de energia elétrica, que retraiu 11% no ano. O consumo industrial de energia elétrica e de gás também caiu, em 1% e 2%, respectivamente.

O transporte ferroviário também apresentou redução, tendo a movimentação de minério de ferro retraído 2% no ano. Outro indicador que apresentou forte queda foi o referente ao consumo brasileiro de petróleo (-13% em relação à 2019).

Tabela com os dados por setores e mostrando a variação dos números de 2019 e 2020

Aumento na demanda em 2020

No caminho inverso, algumas atividades da economia apresentaram incremento na demanda na comparação com 2019. O aumento no consumo residencial e industrial de energia elétrica foi de 4%, enquanto os acessos de internet fixa e móvel se expandiram em 9% e 3%, respectivamente.

Também se expandiu a movimentação de cargas ferroviárias excluindo o minério, com a expansão de 2% no ano puxada fundamentalmente pelos embarques de grãos.

O maior destaque positivo, no entanto, foi a movimentação de carga marítima. A tendência de crescimento no transporte de cabotagem não foi interrompida pela pandemia e se expandiu em 13% na comparação com 2019. A movimentação de longo curso (exportações e importações marítimas) também teve alta, com 2% de aumento no acumulado do ano.

Os dados levantados pela CNI revelam os efeitos preliminares da paralisação econômica e social ocasionada pela pandemia e as mudanças de comportamento, como o aumento do consumo residencial de energia e de internet.

Na avaliação da CNI, com o agravamento da pandemia neste começo de 2021, é de se esperar nova retração nos indicadores, o que aponta para a urgência de medidas por parte do governo que atenuem os efeitos negativos da crise para a sociedade e as empresas.

Tabela com os dados por setores e mostrando a variação dos números de 2019 e 2020

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