Disciplina fiscal e reformas permitirão ao Brasil sustentar períodos mais longos de crescimento

Para o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, a saúde das contas públicas eliminará a principal razão de o país ter atravessado uma crise a cada década.

“Pela primeira vez o Brasil está enfrentando decisivamente a questão fundamental que leva a recorrência de crises” - Henrique Meirelles

A definição de um teto para o crescimento do gasto público e a aprovação de reformas estruturais darão ao Brasil condições de sustentar períodos mais longos de crescimento e enfrentar com mais resiliência tempos de adversidade econômica. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , a recuperação da saúde das contas públicas eliminará a principal razão de o país ter atravessado, praticamente, uma crise a cada década. “Pela primeira vez o Brasil está enfrentando decisivamente a questão fundamental que leva a recorrência de crises”, afirmou.

Meirelles traçou um panorama da economia em palestra no Seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil , realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o jornal Valor Econômico. O ministro apresentou as medidas de ajuste em discussão no governo, que classificou de "decisivas". A primeira delas, a aprovação pelo Congresso da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento das despesas primárias por 20 anos, aprovada pela Câmara dos Deputados e em discussão no Senado.

EQUILÍBRIO - Para ilustrar a trajetória insustentável dos gastos públicos, nos últimos anos, o ministro lembrou que as despesas primárias (gastos obrigatórios) subiram 6,5% acima da inflação por ano, em média, de 1991 a 2015. Nesse período, essa conta quase duplicou, partindo de 10,8% do PIB para 19,5% do PIB . “O problema de o governo absorver cada vez mais recursos é, primeiro, se tornar inevitável aumentar impostos e, segundo, o aumento da dívida pública ”, explicou.

A definição de um teto para a expansão dos gastos públicos, além de obrigar o governo federal a “caber” em seu orçamento , trará outros benefícios para a sociedade. Além de reduzir a pressão sobre a taxa de inflação, permite que a política monetária seja mais eficaz, levando à gradual redução da taxa de juros . "A boa notícia é que os fundamentos começam a se restabelecer. Devemos crescer em 2017, não de forma exuberante, mas o crescimento futuro será fortalecido pelas medidas que estamos tomando", completou Meirelles.

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