Crescimento econômico depende da qualidade da educação e do aumento da produtividade

Conclusão partiu do evento "Diálogos: os caminhos para a indústria", organizado pela CNI. A primeira etapa da série da série reuniu 60 líderes empresariais, economistas e acadêmicos nesta segunda-feira (24), no escritório da CNI em São Paulo

O primeiro evento da série reuniu 60 líderes empresariais, economistas e acadêmicos nesta segunda-feira (24)

A qualidade da educação e o aumento da produtividade são imprescindíveis para o Brasil voltar a crescer de forma sustentável. A conclusão é da primeira rodada do ciclo de discussões Diálogos: os caminhos para a indústria . Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI ), os Diálogos apontaram os caminhos para a superação dos problemas que afetam as empresas e a economia brasileira. O primeiro evento da série reuniu 60 líderes empresariais, economistas e acadêmicos nesta segunda-feira (24), no escritório da CNI em São Paulo.

Na abertura, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explicou que os encontros visam a revisão do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 e a construção de uma agenda para o futuro do país. “Vamos discutir o momento, fazer um balanço do que mudou, o que pode ser feito e no que podemos avançar”, disse Andrade.

Os participantes do encontro concordaram que o Brasil precisa buscar, antes de tudo, o equilíbrio das contas públicas. A aprovação da proposta de emenda constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos é apenas o começo. O ajuste fiscal de longo prazo requer a reforma da Previdência Social e o equilíbrio permanente entre receitas e despesas dos governos.

A melhora do ambiente de negócios, um dos determinantes da competitividade brasileira, depende da reforma no sistema tributário. As mudanças, na visão dos empresários, devem simplificar e aumentar a eficiência do sistema de arrecadação de impostos, acabar com regimes especiais, desonerar a produção, as exportações e os investimentos e tributar o consumo. Outras ações indispensáveis são a modernização da legislação trabalhista, com a valorização da livre negociação entre trabalhadores e empregadores e a revisão da estratégia de inserção internacional das empresas.

NORMAS CLARAS E ESTÁVEIS - Os empresários destacaram ainda que o país necessita de regras claras e duradouras para atrair investimentos em infraestrutura, ter instituições qualificadas e estáveis e um Estado que interfira menos na economia. As empresas, por sua vez, devem se concentrar no aumento da produtividade, na melhoria da qualidade dos produtos e processos, na modernização tecnológica e na busca pelos mercados externos.

Os debates tiveram a participação do presidente da empresa de energia e combustíveis Cosan, Marcos Lutz, e do presidente da General Eletric no Brasil, Gilberto Peralta. Eles relataram as dificuldades que as empresas enfrentam no Brasil. O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Portela falou sobre os custos e a produtividade do trabalho. O professor Isaías Coelho, também da  FGV, e o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, mostraram como as distorções do sistema tributário brasileiro prejudicam o crescimento. O sócio da consultoria MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, e o presidente do Insper, Marcos Lisboa, fizeram um diagnóstico da economia e apontaram as ações necessárias para o país sair da crise e voltar a crescer.

O próximo debate da série Diálogos: os caminhos para a indústria terá como tema a educação profissional será realizado em 9 de novembro, em Brasília. 

O QUE ELES DISSERAM 

“As regras para as concessões no país mudam muito. As regras têm de ser duradouras e simples, e o governo tem de fiscalizar mais. Precisamos de um Estado mais fiscalizador e menos intervencionista.” 
Marcos Lutz, presidente da Cosan 

“Boa parte dos jovens no Brasil está fora da escola. São esses jovens que aprendem pouco e são pouco produtivos que carregarão o país no futuro.” 
Andre Portela, professor da FGV em São Paulo 

“A complexidade do sistema tributário brasileiro gera riscos, custos e conflitos para as empresas e o Fisco.” 
Isaias Coelho, professor da FGV em São Paulo 

“O sistema tributário no Brasil é anticrescimento e anti-investimento.” 
José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégias da CNI 

“O desafio fundamental para o Brasil sair do buraco e voltar a crescer de forma sustentada é construir um modelo de negócios com qualidade, produtividade e  maior padrão tecnológico.” 
Jose Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados 

“A agenda do país começa com o ajuste fiscal. Mas a PEC que limita os gastos do governo é apenas o começo. É preciso fazer a reforma da Previdência." 
Marcos Lisboa, presidente do Insper 

“A educação básica é muito ruim e prejudica a produtividade do trabalhador” 
Gilberto Peralta, presidente da  General Eletric no Brasil 

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