Produção na indústria aumenta, mas emprego continua em queda

Pesquisa da CNI mostra que ociosidade diminuiu em maio. Mesmo assim, a intenção de investimentos no setor continua muito baixa

Depois do fraco desempenho em abril, provocado especialmente pelo grande número de feriados, a produção da indústria brasileira cresceu em maio. O indicador de evolução da produção alcançou 53,8 pontos em maio, informa a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (26). Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos, indicam aumento da produção. 

A pesquisa mostra ainda que a utilização média da capacidade instalada ficou em 66% em maio, 3 pontos percentuais acima do registrado em abril, o que mostra queda da ociosidade do parque industrial. Os estoques ficaram dentro do planejado pelos empresários. Mesmo assim, observa o economista da CNI Marcelo Azevedo, a reação de maio é insuficiente para configurar uma recuperação da atividade. "A reação veio depois de um mês muito atípico, com muitos feriados. É cedo para dizer que a recuperação de maio vai se sustentar nos próximos meses", afirma Azevedo. 

O emprego no setor continua em queda, embora em ritmo menor do que o registrado nos meses anteriores. O índice de evolução do número de empregados subiu 1,1 ponto em relação a abril, alcançou 48,1 pontos e ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa os dados negativos dos positivos. "A distância do índice para a linha divisória é a menor desde abril de 2014", observa a CNI. 

As perspectivas são de que o emprego continuará caindo no curto prazo. O indicador de expectativa de evolução do emprego nos próximos seis meses ficou em 48,8 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa as previsões positivas das negativas.  

Os empresários, no entanto, estão mais otimistas com a evolução do consumo e das vendas externas. Os indicadores de expectativas em relação à demanda, às exportações e à compra de matérias-primas ficaram acima dos 50 pontos em junho. 

As perspectivas positivas, no entanto, são insuficientes para estimular os investimentos.  O indicador de intenção de investimento ficou em 46,5 pontos, acima dos 41,2 pontos registrados no mesmo mês do ano passado, mas muito abaixo dos 54,6 pontos de maio de 2014. 

Ouça a avaliação do economista Marcelo Azevedo:

SAIBA MAIS - Acesse a página da Sondagem Industrial para conferir os indicadores de maio.

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