Em 2008, a fabricante brasileira de calçados de segurança Marseg resolveu abrir uma sede industrial no Paraguai. A ideia era fazer um investimento pequeno, um suplemento da produção presente em quatro estados do Brasil. Mas os negócios iniciados em San Lorenzo, na Grande Assunção, cresceram além do previsto. A ponto de a fábrica concentrar um terço de todos os funcionários da empresa na unidade do país vizinho.
O caso da Marseg foi um dos apresentados no painel organizado pela CNI durante a 6ª Expo Paraguay – Brasil , sobre empresas brasileiras que investem no Paraguai. O diretor da companhia, Marcos Gomes, explica que a condição mais interessante para o seu negócio é o custo menor com mão-de-obra. “Aqui, faço toda a parte manual dos sapatos. É um processo que não pode ser substituído por máquinas e, por isso, é uma parte cara da produção”, explica.
Gomes estima que seus custos, formados em boa parte pela mão de obra, com menos encargos sociais, são até 35% mais baixos do que se mantivesse essa etapa de produção nas fábricas instaladas no Pará, Paraná, São Paulo e Mato Grosso. Para ele, o sucesso do investimento no Paraguai permitiu a ampliação e a melhoria das sedes no Brasil. “É uma cadeia. O que economizamos com a produção em San Lorenzo foi reinvestido nas fábricas brasileiras. Não há fuga, há uma integração produtiva”, ressalta o empresário.
A Marseg produz 600 mil pares de sapatos de segurança por mês. Cerca de 90% da produção é voltada para o mercado brasileiro e 10% se divide entre Paraguai e outros mercados internacionais.
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