CNI defende negociação de acordos de livre comércio para fortalecer economia

Para o gerente de Comércio Exterior da CNI, Diego Bonomo, o Brasil precisa estabelecer acordos comerciais com outras economias para se fortalecer, especialmente no atual momento - em que Estados Unidos e União Europeia negociam a redução de barreiras não-tarifárias entre si

Um cinturão se forma ao redor do mundo e os países dos BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - estão de fora. É o que acredita o gerente de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo. Ele participa do painel Mega-acordos: regulação e os impactos econômicos nos BRICS, do 5º Encontro de Pesquisadores em Comércio e Economia dos BRICS, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (17).

Para o especialista, o Brasil precisa estabelecer acordos comerciais com outras economias para se fortalecer, especialmente no atual momento do comércio mundial. Estados Unidos e União Europeia negociam a redução de barreiras não-tarifárias entre si, na Parceria Transatlântica. Além disso, os Estados Unidos também avançam nas discussões com outras 11 economias, entre elas o Japão, pela Parceria Transpacífica. O objetivo é fazer frente à força na China na região. Essas duas parcerias, chamadas de mega-acordos, pelas economias que envolvem, têm o potencial de mudar as regras do comércio mundial.

“O impacto é negativo. O que vemos é que o Brasil fica ainda mais isolado, principalmente quando esses países e blocos negociam barreiras não-tarifárias, que são as que mais fazem diferença para o Brasil”, afirma Bonomo. Ideia compartilhada pelo professor e pesquisador da FGV, Lucas Ferraz. Ele analisou o impacto do acordo entre EUA e União Europeia. Ouça clicando aqui.

Como os países dos BRICS têm diferentes visões sobre acordos e prioridades, o gerente de Comércio Exterior da CNI Diego Bonomo sugere que os BRICS se fortaleçam como bloco político. O Brasil, segundo ele, escolheu os BRICS como plataforma para projetar seu poder no mundo mas, economicamente, o mesmo não aconteceu. “Os BRICS podem ser fortalecer para influenciar nas novas regras mundiais”, diz Bonomo. 

Para a sócia do escritório Barbosa, Müssnich e Aragão, a advogada Adriana Dantas, os BRICS não têm a opção de ficar de fora da elaboração das regras internacionais. Ela lembra que a ambição dos mega acordos é muito grande e envolve barreiras sanitárias, fitossanitárias e exigências ambientais. “Se Estados Unidos e União Europeia criarem regras que a agroindústria brasileira não se encaixe, o que vamos fazer? Parar de exportar para os Estados Unidos e União Europeia? O Brasil tem que participar das negociações das regras mundiais”, diz Dantas.

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