Acordo entre Estados Unidos e União Europeia isola o Brasil e os outros BRICS, avalia CNI

Alerta foi feito pelo diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, em evento que reúne os principais estudiosos dos cinco principais países emergentes

Os países que formam o BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - devem se preocupar com o mega-acordo de livre comércio que envolve a queda de barreiras entre os Estados Unidos e a União Europeia. O alerta foi feito pelo diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, nesta segunda-feira (17), na abertura do 5º Encontro de Pesquisadores em Comércio e Economia dos BRICS, no Rio de Janeiro. Organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),  o evento reúne os principais estudiosos dos cinco principais países emergentes, e é um dos encontros que precede a Cúpula de Chefes de Estados dos BRICS, marcada para 15 e 16 de julho, em Fortaleza.

No evento, o diretor da CNI ressaltou que, atualmente, as exportações de manufaturados brasileiros têm caído e perdido espaço nos principais mercados do mundo. Um dos motivos para essa queda, disse Abijaodi, é a falta de acordos comerciais do Brasil com outros países. Segundo ele, os países do BRICS não precisam fazer um acordo entre si, mas devem buscar cooperação nas áreas de comércio, energia, infraestrutura e investimento. “Certamente, esse é o melhor instrumento para estimular o relacionamento entre os países dos BRICS e nos fortalecer. Mas é importante avaliarmos qual é o impacto de ficarmos de fora das negociações entre Estados Unidos e União Europeia”, completou Abijaodi. Assista ao comentário dele sobre a relação do Brasil com os BRICS:

VALORES COMUNS - O embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa, que foi representante permanente do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), os BRICS devem aproveitar os valores comuns. O grupo deve apostar na aproximação em temas relacionados ao desenvolvimento econômico e social e atualizar suas estratégias comerciais diante dos mega-acordos de livre comércio: a Parceria Transatlântica, entre Estados Unidos e União Europeia, e a Parceria Transpacífica, que reúne Estados Unidos e outros 11 países, incluindo o Japão.

Também participam da reunião na sede da FGV, no Rio, a coordenadora do Centro do Comércio Global de Investimento, Vera Thorstenten; a economista do Centro de Pesquisas Econômicas e Financeira da New Economic School, em Moscou, Natalia Turdyeva; a coordenadora do Centro de Comércio, Economia e Meio Ambiente, Archama Jatkar; o professor de Direito Internacional da Law School at Faw University, em Shanghai, Baihua Gong; e a chefe do Programa de Diplomacia Econômica do South African Institute of International Affairs, Catherine Makokera.

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