Cidades ajudam a tornar aprendizagem mais rica, destacam especialistas

Durante Seminário Internacional SESI de Educação, Victor Wooten, músico cinco vezes vencedor do prêmio Grammy, destacou a importância de valorizar o esforço de aprender, sem julgamentos

A Escola Integrada, em Belo Horizonte, e o Bairro Escola, em São Paulo, são alguns exemplos de experiências pedagógicas de ocupação de espaços urbanos que tornam o aprendizado mais rico ao permitir crianças e jovens terem contato com a vida real e poder intervir no espaço urbano.

“A cidade é um local, por excelência, de aprendizagem porque permite um conjunto de interações que não é possível reproduzir dentro da escola”, destaca a diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, Natacha Costa, no painel A cidade é uma escola, na tarde desta sexta-feira (6) durante Seminário Internacional SESI de Educação: Construindo Escolas e Cidades Inteligentes, em São Paulo.

Uma das atrações do seminário foi o músico Victor Wooten, cinco vezes vencedor do prêmio Grammy. Ao fazer um paralelo da aprendizagem na vida real, comum em famílias e comunidades, ele destacou que o esforço deve ser mais valorizado do que encontrar a resposta certa. “Quando vemos um bebê ou criança pequena falando errado, achamos engraçado e não corrigimos e ela aprende. Isso nos ensina que devemos abraçar o erro e valorizar o esforço”, disse.

Wooten reforça essa ideia do processo de aprender um primeiro idioma como modelo para as demais áreas do conhecimento. Veja o vídeo:

Durante painéis à tarde, especialistas trataram desse aprendizado prático nos espaços urbanos e quais as competências para construir cidades mais inteligentes. Confira alguns depoimentos inspiradores:

“Quando se pensa em cidade como espaço educativo é preciso olhar para as diferentes infâncias, para as diferentes juventudes e diferentes territórios e perguntar qual o conteúdo educador e qual o conteúdo deseducador a que estão submetidas as nossas infâncias e juventudes" - ex-secretária de Educação de Minas Gerais, Macaé Evaristo

“Não gosto quando falam que existem uma educação formal e informal, já que o formal tem forma e o informal não existe, portanto. Nada nesse mundo deixa de ter forma. A escola deve estar aberta ao território e à comunidade de seus alunos. Deve estar aberta à multiplicade de comunidades de seus alunos como se fosse uma pedagogia das existências humanas. Isso é uma educação existencial" - ex-ministra de Inovação e Cultura da província de Santa Fé, na Argentina, Chiqui Gonzalez

“Falar em território em educação ainda é novidade. A gente restringe o conceito de educação à escola. A cidade é um local, por excelência, de aprendizagem, pois permite um conjunto de interações que não é possível reproduzir dentro da escola. A cidade possibilita um conjunto de possibilidades de linguagem que a escola sozinha não consegue oferecer. Também oferece contextos distintos que não podem ser artificialmente reproduzidos dentro da escola. A cidade é conteúdo e agente de educação" - diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, Natacha Costa

“Aprender a fazer, a parte prática, atrai muito a atenção dos jovens. No ensino médio do SESI integrado à educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), alunos estão com melhor resultado no vestibular do que os do ensino médio sem integração com a aprendizagem prática" - gerente-executivo de Educação Profissional do SENAI, Felipe Morgado

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