Cenário da indústria continua ruim e com tendência de queda, informa CNI

Nível de utilização da capacidade instalada (UCI) está reduzido, os estoques continuam elevados e acima do desejado e o emprego começou a cair

Brasília – O cenário econômico na indústria brasileira continua ruim e com tendência de queda, aponta a Sondagem Industrial de maio, divulgada nesta sexta-feira, 22.06, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O nível de utilização da capacidade instalada (UCI) está reduzido, situando-se em 73%, abaixo do usual para os meses de maio, os estoques continuam elevados e acima do desejado e o emprego começou a cair.

“Mesmo com um pequeno crescimento na atividade, concentrado na indústria extrativa e nas grandes empresas, a utilização da capacidade instalada está baixa e os estoques estão aumentando”, resumiu o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, os ajustes das empresas vão continuar nos próximos meses. “A redução no ritmo de produção não está sendo suficiente para compensar a queda no ritmo de vendas”, explicou.

A produção industrial em maio teve desempenho de 51,6 pontos. Pela metodologia da pesquisa, os resultados variam de zero a 100 e valores acima de 50 pontos indicam aumento da atividade, do emprego, acúmulo de estoques indesejados e UCI acima do usual. O indicador de 51,6 pontos foi puxado pelo setor extrativo, que registrou 54,4 pontos e compensou a estagnação da indústria de transformação, cujo índice foi de 50,4 pontos. Dos 28 setores da indústria de transformação, 15 registraram queda na produção em maio comparativamente a abril.

O número de empregados na indústria caiu pelo segundo mês consecutivo, com 48,7 pontos em maio. “Isso preocupa, porque na medida em que o emprego industrial recua, há uma sinalização ruim para o resto da economia e  a confiança baixa”, assinalou Renato da Fonseca.

A UCI ficou em 73%, um pouco acima da de abril (71%), mas no mesmo patamar de maio do ano passado. Quando olhada em relação ao usual para o mês, está abaixo do padrão. O resultado foi de 44 pontos em maio, ou seja, distante da linha neutra de 50 pontos.

Os estoques de produtos industriais voltaram a subir em maio, com 51,8 pontos, permanecendo acima do planejado pelos industriais. O indicador de evolução que mede o estoque efetivo/planejado ficou em 53,1 pontos, mostrando que há mais produtos estocados nas fábricas do que gostariam os empresários.

Boas expectativas- Apesar do cenário ruim, o empresário da indústria continua com expectativas elevadas. Para os próximos seis meses, eles esperam um aumento da demanda por produtos industrializados. O indicador ficou em 59,1 pontos.

Há também otimismo em relação ao aumento das exportações, com 55,3 pontos. “A expectativa melhorou por conta da desvalorização do real, mas é preciso lembrar que os principais mercados compradores de produtos brasileiros passam por dificuldades, como a União Europeia, os Estados Unidos e a Argentina”, assinalou o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI.

As expectativas para os próximos seis meses sobre compras de matérias-primas e sobre o número de empregados também estão em alta, com 58,9 pontos e 52,1 pontos, respectivamente.

A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada com 2.010 empresas entre os dias 1º e 18 últimos, das quais 699 de pequeno porte, 790 médias e 521 grandes.

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