Brasil deve retomar liderança das negociações internacionais sobre comércio de produtos agrícolas

País é o maior interessado em um acordo multilateral na área agrícola, mas tem tido papel omisso nas negociações internacionais nos últimos anos

"É importante conhecer as estratégias dos outros países, formular as próprias estratégias e liderar discussões" - Abijaodi

Apesar de ser um dos mais importantes exportadores de produtos agrícolas do mundo, o Brasil tem tido um papel omisso nas negociações internacionais do setor nos últimos anos. Essa foi uma das conclusões do 1º Seminário sobre Comércio Internacional realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (IBRAC) nesta terça-feira (5), na sede da CNI em Brasília (DF).

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o Brasil tem todas as condições para liderar as discussões internacionais para um acordo na área agrícola. "O importante é o Brasil conhecer as estratégias dos outros países, formular as próprias estratégias e liderar as discussões", afirmou Abijaodi.

O Brasil obteve algumas vitórias importantes no cenário das negociações internacionais nos últimos anos. Isso credencia o país para ser o principal porta-voz do setor agrícola. Uma delas foi a criação do G20 Agricultura, que reúne os maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo. Liderado pelo Brasil, o grupo foi criado durante a reunião ministerial da OMC realizada em Cancun, em 2003.

O consultor Pedro Camargo, um dos panelistas do seminário, destacou que o Brasil precisa tomar uma atitude. "Ou o Brasil é líder, ou não haverá avanços. Os países desenvolvidos é que não irão lançar a discussão", afirmou.

De fato, o Brasil é o maior interessado em um acordo multilateral na área agrícola. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura Alimentação (FAO), realizado em 2010, concluiu que o Brasil será o maior produtor de alimentos do mundo até 2019. A produção aumentará 40% nesse período, o dobro de concorrentes no mercado internacional como Índia, China e Rússia.

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