Prova de fogo: indústria mineira alia modernidade à tradição

Produção de fogos de artifício gera mais de 3 mil empregos em Minas Gerais. Com ajuda do PROCOMPI, empresas ganharam mais produtividade e segurança na fabricação

Olhos voltados para o céu! Na hora dos fogos de artifício, não há quem resista à beleza do espetáculo. Sinônimo de luz e brilho eles são parte de muitas festas! E muitos são produzidos aqui mesmo, no Brasil.  

Na região de Santo Antônio do Monte (MG), a 194 quilômetros de Belo Horizonte, a produção é centenária. Os primeiros fabricantes chegaram ali em 1859. Atualmente, o Sindicato das Indústrias de Explosivos de Minas Gerais (SINDIEMG) reúne 53 empresas, espalhadas por nove cidades. São 3 mil empregos gerados de forma direta e outros 8 mil postos de trabalho gerados indiretamente pelo setor.

Apesar da tradição na fabricação, o setor sentia a necessidade de melhorar a produção e desenvolver ações de aproximação e diálogo com a sociedade. A solução veio com o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que mobilizou 28 indústrias de explosivos na região para trabalhar junto com o Sindicato em 2017.

O programa capacitou as empresas para desmitificar e fortalecer o setor e teve  bons resultados. As instituições participantes conquistaram, por exemplo, um aumento de 76% de produtividade e reduziram em 18% os seus custos de produção.

Para Magnaldo Geraldo Filho, proprietário da Artesanato de Fogos Vitória, o programa permitiu que as indústrias ganhassem um novo olhar sobre o direcionamento e a gestão dos processos das empresas.

Além de proprietário da Artesanato de Fogos Vitória, Magnaldo também é o presidente do SINDIEMG

“Fomos motivados a buscar resultados e a desenvolver análises de cenário para tomadas de decisão, registros para aplicação de estratégias e otimização das compras”, relata o empresário, que também é o presidente do SINDIEMG.

Ações específicas como capacitações em planejamento estratégico para governança, segurança dos trabalhadores, capacitação gerencial e gestão financeira; unidas às ações gerais para o setor como cursos de cultura de cooperação, para fortalecer o grupo, e workshops sobre questões tributárias apresentaram ótimos resultados para a indústria.

“Identificamos pontos nos quais já tínhamos ferramenta (software) para uso e nos quais estávamos ociosos. Agora, temos certeza de que haverá melhora significativa nos processos e nas áreas que desejamos aprimorar”, explica Magnaldo sobre as informações que adquiriu durante o PROCOMPI.

Também foi realizado um estudo de viabilidade técnico-econômico-financeira, para criar uma área de testes de fogos de artifício. O objetivo é auxiliar as empresas da região para aprimorar os equipamentos com segurança. 

No local as empresas poderão apresentar os produtos e simular shows pirotécnicos para fornecedores e clientes. Lá também poderá funcionar como uma atração turística na região, com a visitação da população local e de visitantes para experimentar a magia milenar dos shows de fogos.

Uma das ações desenvolvidas pelo PROCOMPI foi a criação de três cartilhas sobre fogos de artifício

SOCIEDADE – As indústrias deram suporte para os shows em comemoração ao Jubileu de 300 anos da imagem de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em 12 de outubro de 2018. Além dos fogos de artifício, as empresas doaram toda estrutura e levaram grandes nomes da música popular brasileira para o evento.

Outro trabalho foi o de conscientização dos moradores da região sobre a produção local. Para isso, foram produzidas cartilhas sobre o uso seguro dos fogos de artifício, voltadas para trabalhadores, vendedores e clientes. O material é gratuito e está disponível no site do sindicato, em lojas e fábricas.

RESULTADOS – Ao final do projeto, o setor tem muito o que comemorar. Além dos ganhos de produtividade e da redução de custos de produção, as empresas modernizaram os produtos, tornando-os mais seguros. Uma das aquisições, por exemplo, é o uso de tecnologias que permitem a detonação dos fogos a distância. E o trabalho não para. O setor pretende continuar investindo na modernização e melhoria da produção e dos fogos de artifício. 

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