A Fornari Indústria nasceu sob o signo da inovação. O primeiro produto surgiu, em 2006, a partir da necessidade de se proteger da epidemia de gripe aviária no mundo, que ameaçou iminentemente a produção brasileira. A empresa desenvolveu, então, um sistema de limpeza e desinfecção para caminhões de ração que entravam em granjas de aves e criadouros de suínos, podendo atrair passarinhos migratórios contaminados com vírus H1N1.
“Surgimos, portanto, com o DNA da inovação. Respiramos pesquisa”, aponta a diretora Luciane Fornari. O primeiro equipamento chamou a atenção não só pela eficácia na segurança alimentar, mas também pela economia no uso de produtos, como água e desinfetante.
“Até então nós éramos uma oficina mecânica, fundada pelo meu marido. A partir desse primeiro produto, fundei, em 2008, com a minha filha, uma empresa para desenvolver tecnologias especializadas em combater doenças e pragas em aves, suínos e bovinos”, lembra-se a empresária.
Em pouco tempo, o destaque da empresa no ramo da agroindústria atingiu o reconhecimento mundial. Atualmente, a Fornari tem uma linha de bens de capital mecânico com soluções efetivas na padronização de processos de desinfecção por meio do controle e tratamento adequados, contribuindo com o trabalho do homem do campo e das indústrias, sempre em harmonia com o meio ambiente.
Inovação premiada - Um desses equipamentos caminha para o alinhamento com a indústria 4.0. Trata-se da versão inteligente da máquina de desinfecção de ovos férteis, que tem protótipo estudado nos laboratórios do SENAI de Joinville. O produto é premiado. Quando surgiu, em 2011, ganhou o Gerdau Melhores da Terra pelos impactos positivos na cadeia produtiva do frango, e venceu também a 7ª Edição do Prêmio Nacional de Inovação, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Agora, explica Luciane, a versão 4.0 vai trazer dados e anteceder problemas em tempo real para o produtor.
A máquina de desinfecção entrou no mercado e provou ganhos econômico, ambiental e social ao eliminar o uso do formol (produto cancerígeno) na limpeza e proteção do ovo fértil (o que não vai ao supermercado e é a base da cadeia de criação do frango). “No Brasil, o formol foi proibido em 2010. No entanto, segue de forma irregular por falta de fiscalização”, aponta Luciane.
De imediato, a inovação diminuiu a exposição dos operários ao formol (impacto social) e a asfixia de pintinhos, quando a dose era aplicada a mais (impacto ecológico e bem-estar animal). Além disso, o equipamento promoveu um acréscimo de 1 a 3% nos nascimentos de pintinhos, gerando ganhos econômicos para o produtor.
“Hoje, temos mais de 300 máquinas no campo, com um mercado aberto no Brasil e no exterior. Por ser uma inovação disruptiva, fizemos a patente”, conta Luciane.
A primeira versão da máquina levou dois anos e teve recurso próprio da Fornari. A versão inteligente é trabalhada há três anos. “Hoje, somos uma empresa que respira inovação e estamos entrando no setor de hortifruti para trabalhar a segurança alimentar. Desenvolvemos equipamentos mais robustos e de flexibilidade. Às vezes, um substitui vários dentro da cadeia produtiva. Trabalhamos constantemente para propor essas melhorias”, comemora Luciane.