Ex-alunos SENAI mostram que a educação profissional é motor de desenvolvimento social e econômico

Eles passaram mais de uma vez pelas salas de aula do SENAI e tiveram sua trajetória transformada. No Dia do Estudante, contamos três histórias de como a #EducaçãoMudaOFuturo

“No início, não foi fácil”. Jonas Kets, Evelyn Oliveira e Abraão Nazário são de diferentes regiões do país, mas têm em comum o orgulho que carregam de sua origem, das dificuldades e oportunidades que encontraram, e de onde chegaram. Nos três casos, a educação foi o ponto de virada. 

Uma educação que se faz presente ao longo da vida e que muda o futuro - tema da campanha que o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) promovem neste mês nas redes sociais.

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Nesta quarta-feira (11), comemora-se o Dia do Estudante e a Agência CNI de Notícias compartilha trajetórias transformadas nas salas de aula do SENAI. Além de permanecerem se dedicando aos estudos, eles são fonte de inspiração e de emprego e renda para outros da comunidade.

Jonas Kets, da zona rural para uma multinacional japonesa

Com apenas 24 anos, Jonas Kets tem no currículo o curso de aprendizagem industrial, com a experiência de jovem aprendiz; dois cursos técnicos de mecânica, sendo um deles do SENAI; um estágio na Vale; e um emprego de mecânico de mineração na Sotreq – o contrato era de três meses, mas ele acabou ficando por dois anos e cinco meses.

Atualmente no quarto semestre da graduação em Engenharia de Minas na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), ele trabalha na multinacional japonesa Komatsu. Essa sucessão de acontecimentos só foi possível porque o jovem teve coragem e contou com o apoio dos pais, analfabetos, para sair de Mata Grande, zona rural de Itabira (MG), assim que concluiu o ensino médio.

“Eu era esforçado, mas não aqueles caras muito inteligentes. Estudei bastante e, na terceira vez que fiz a prova da aprendizagem do SENAI, passei. Lá em casa sempre teve plantação de banana e minha mãe teve a ideia de fritar para eu vender, inclusive na porta das escolas. Foi com esse dinheiro e a bolsa da aprendizagem que paguei o técnico de mecânica à noite, o que abriu as portas para eu entrar na indústria de fato”, conta. Hoje ele diz que não passa mais dificuldades e que incentiva os amigos a seguirem o mesmo caminho.

“O SENAI foi o principal motivo para eu estar onde estou hoje. Sempre que posso recomendo para o pessoal lá da roça. Dá um direcionamento para quem está sem saber o que quer da vida. Um amigo veio e já conseguiu uma oportunidade na Vale”, comemora.

Evelyn Oliveira, a confeiteira de Esperança

Os cerca de 18 mil habitantes do pequeno município de Pocinhos (PB) contam com o talento e a dedicação da chef Evelyn de Oliveira Costa Brito, 31 anos, para dias mais doces. A legião de fãs e clientes vem crescendo: no Instagram, já são mais de 4,4 mil seguidores. 

Nascida em Esperança, ela morou em Campina Grande e, no período entre o ensino médio e a faculdade, viu nas trufas um meio de complementar a renda. Já são quase 15 anos dedicados aos quitutes, mas a profissionalização ocorreu com o curso de qualificação de Confeiteiro no SENAI.

“Comecei a fazer bolo e a me fascinar pela carreira. Abri meu negócio, com CNPJ e tudo, em 2014, logo depois do SENAI. Tenho a confeitaria no centro da cidade e o serviço de buffet, com duas pessoas empregadas”, conta.

Os estudos não pararam por aí. Evelyn concluiu o curso de Auxiliar de Cozinha do SENAC; a faculdade de Gastronomia; e, mais recentemente, a qualificação de Padeiro do SENAI. 

Depois de um período conturbado com a pandemia, em que casamentos e formaturas foram cancelados e ela teve que adaptar processos e criar produtos para não perder a clientela, Evelyn reacende o “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja” - definição do “Esperança” que ela carrega na profissão e na certidão de nascimento. “Reabrimos há dois meses e tenho projeto de expandir, inclusive para outras cidades!”

Abraão Nazário, uma vida dedicada a aprender e ensinar

Professor, pesquisador, coordenador, desenvolvedor, engenheiro de software, cientista de dados, mestre e doutorando. Tirando a função de pai de dois filhos, dá para perceber que a vida de Abraão Nazário é dedicada à sala de aula. Quando não está aprendendo - “sempre fui autodidata” -, ele está na coordenação de cursos do SENAI-MT ou orientando os alunos.

Sua trajetória, por si só, é inspiradora. Filho de pai caminhoneiro e mãe dona de casa, ficou sete anos no Exército, quando recebeu a tarefa de trabalhar no site da corporação. Indicaram o curso de qualificação do SENAI, onde o professor o motivou a ficar na área da Tecnologia da Informação (TI). Assim foi, Abraão fez o tecnólogo em Rede de Computadores na Universidade de Cuiabá e voltou ao SENAI para o técnico em Desenvolvimento de Sistemas.

“Saí do quartel e comecei a trabalhar no Inmetro, fiquei dois anos lá. Me chamaram para o processo seletivo de professor do SENAI, passei e logo assumi a coordenação dos cursos técnicos e de qualificação”, lembra.

Nesses quase 10 anos, com uma graduação, um mestrado e agora o doutorado, é de perder as contas quantos alunos tiveram as vidas impactadas pelo seu exemplo e orientação. Assim como aconteceu com ele, quando era soldado.

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