IEL-SP realiza rodada de negócios entre grandes compradoras e empresas da cadeia automotiva da Bosch

As empresas foram capacitadas em programa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), coordenado pelo instituto

Da esquerda para direita: Paulo Mól (IEL), Besaliel Botelho (Bosch América Latina), Carlos Alberto Pires (IEL-SP e CNI-SP) e Ana Bellucci (MDIC)

Vinte empresas fornecedoras da cadeia automotiva, que receberam consultoria do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e da Bosch, participaram nesta quinta-feira (30) de uma rodada de negócios com grandes empresas compradoras. Durante o encontro, realizado no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na capital paulista, as fornecedoras – capacitadas em um projeto iniciado em 2014 com recursos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – apresentaram produtos e encaminharam negócios com grandes companhias.

Ao fim da rodada com 120 reuniões, 85 delas indicaram haver chances reais de negócios futuros e 92 já têm ações a serem realizadas para que a prospecção ou negociação possa avançar. Cinco empresas fizeram pedidos de propostas comerciais e outras oito agendaram novos encontros. O diretor do IEL e da CNI em São Paulo, Carlos Alberto Pires, avalia o resultado como positivo, tendo em vista que o setor exige projetos específicos, o que gera a necessidade de alguns encontros antes da concretização dos negócios.

Na avaliação de Carlos Alberto Pires, o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores teve importância fundamental para a competitividade das indústrias participantes, todas fornecedoras da Bosch na área de autopeças e acessórios de veículos. “A cooperação de empresas âncoras, como a Bosch, e seus fornecedores-chave permite que estas empresas possam ter um desenvolvimento sustentável”, destacou o diretor. “A gente vive o desafio de fabricar bem o produto, passamos por um novo momento das tecnologias, da indústria 4.0. Não tenho dúvida de que as empresas saem desse programa melhor do que começaram”, completou Pires.

As grandes marcas convidadas para a rodada de negócios, como Mercedes-Benz, Embraer, Hyundai Rotem e empresas argentinas, foram mapeadas a partir de um estudo de prospecção de mercados estratégicos. O objetivo foi o de atualizar seus bancos de dados, buscar novos fornecedores e encaminhar negócios. Representantes de agências de fomento, como ABDI, BNDES, Desenvolve-SP, Finep e Fapesp, também participaram do evento, afim de atender às fornecedoras e apresentar suas linhas de atuação e fomento para encaminharem possíveis investimentos.

O superintendente nacional do IEL, Paulo Mól, ressaltou que o projeto desenvolvido ao longo dos últimos três anos é uma prova de que parcerias entre o setor privado e o governo podem dar certo. “Grandes empresas precisam sim da parceria do setor público para desenvolver projetos como esse. Concluir esse programa é uma vitória”, frisou. Mól acrescentou que o IEL tem como missão principal aumentar a competitividade das indústrias brasileiras, por meio da educação executiva e empresarial, e de inovação.

NOVOS PROGRAMAS – A coordenadora-geral do MDIC, Ana Bellucci, elogiou a parceria com o IEL e a Bosch. “A participação do IEL foi importante pela experiência no trabalho com fornecedores, dentro da cadeia automotiva, e pelo conhecimento do IEL em trabalhar com os instrumentos do governo. O programa deu muito certo. A gente mede os resultados pela avaliação individual que é feita nas empresas e pelo resultado final da rodada de negócios”, pontuou.

Em razão do sucesso do programa, ela mencionou que o MDIC já trabalha para a realização de novos processos de capacitação de fornecedores e adiantou que espera contar novamente com o apoio do IEL e da Bosch. Perguntada sobre o benefício de capacitar empresas fornecedoras, Ana enfatizou que é tê-las preparadas para enfrentar a realidade do mercado, por meio do atendimento de novas exigências e regras de segurança veicular, e ainda deixá-las prontas para ingressar no mercado internacional.

CADEIA DE SUPRIMENTOS – De acordo com o presidente da Bosch América Latina, Besaliel Botelho, o fortalecimento dos fornecedores é imprescindível para que possam sobreviver à crise e para o bom funcionamento das empresas que dependem desses produtos, como a Bosch. “Falamos muito do custo Brasil, mas precisamos revitalizar a nossa cadeia de suprimentos. É preciso um fortalecimento dos nossos fornecedores e uma consolidação do setor”, avaliou o executivo.

Botelho destacou a importância da parceria para a efetivação do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores e defendeu que novos convênios sejam efetivados. “Foi um tiro certo pelos resultados que estamos tendo. Os ganhos que tivemos nesse período foram impressionantes. Isso mostra que é possível trabalhar com o poder público sem a contrapartida de desembolsos”, disse.

Comprador sênior da multinacional da área de autopeças Mahle, Carlos Frederico Carvalho saiu satisfeito da rodada de negócios por estreitar o contato e trocar de informações técnicas com empresas para a concretização de negócios. “É uma grande oportunidade de ter novos fornecedores. Precisamos disso. Estamos carentes de novos fornecedores e parcerias. Essa iniciativa é muito boa”, afirmou Thiago Rodrigues, também comprador sênior da Mahle.

Dono da metalúrgica Pró-metal, fornecedora capacitada pelo programa, Marcos Bozza contou que a consultoria do IEL e da Bosch levou motivação para a empresa e maior desprendimento na inteiração com clientes. O grupo, que tem plantas de conjuntos metálicos e estampados, registrou 20% de aumento no faturamento no ano passado e projeta crescer mais 20% em 2017.

Relacionadas

Leia mais

Universidades e IEL-SP dialogam sobre a preparação de profissionais para a Indústria 4.0
IEL-SP reúne universidades para debater formação de profissionais inovadores no ambiente de novas tecnologias
4 mudanças que as empresas podem implementar rumo à Indústria 4.0

Comentários