Universidades e IEL-SP dialogam sobre a preparação de profissionais para a Indústria 4.0

Representantes da academia querem contato permanente com o IEL-SP para atualizar currículos universitários no contexto das novas tecnologias que transformarão as profissões

A indústria 4.0 ainda é uma realidade embrionária em grande parte das universidades brasileiras, mas as instituições já iniciaram estudos e atualizações nos currículos de cursos como engenharias e computação de olho no profissional que será requisitado pelo setor industrial em um futuro próximo. A formação de talentos inovadores no ambiente de novas tecnologias foi o tema de encontro realizado em junho pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) de São Paulo, o Academy Meeting, que antecedeu o Fórum IEL Profissionais Inovadores – evento voltado para alertar jovens profissionais sobre as mudanças que a tecnologia levará às profissões.

Na avaliação do gerente-executivo de Desenvolvimento de Negócios do IEL-SP, Eduardo Vaz, a indústria tem o papel de colaborar com a formação de profissionais inovadores. “Mostramos no Fórum IEL como a transformação digital está impactando nas novas carreiras e nas formações dos currículos das universidades. Não dá mais para você ter uma profissão e não entender de dados. A tecnologia está transformando as profissões numa velocidade rápida e a multidisciplinaridade tem que estar presente”, afirmou Vaz.

O coordenador de Desenvolvimento e Inovação do Mackenzie, Maurício Benedetti, disse que a universidade está bem avançada em relação à preparação de profissionais para a internet das coisas. Ele admite, porém, que será um desafio integrar esse currículo à indústria 4.0, nova fronteira da produção industrial que tornará a forma como se produz hoje ineficiente e obsoleta, por meio da digitalização cada vez mais presente no dia a dia das empresas.

“Já estamos debatendo o que fazer para prepararmos os nossos alunos para a indústria 4.0. Então, é uma agenda que está na pauta, mas que a gente ainda não tem na prática”, afirmou Benedetti. Ele avalia que o profissional do futuro terá que ser empreendedor e alguém que saiba lidar com equipes variadas, problemas complexos e que domine as redes. Para o coordenador do Mackenzie, a parceria entre academia e indústria é imprescindível para a formação dos novos profissionais. “Cada vez mais temos que juntar as duas partes da relação universidade empresa. Sem essa conexão, a gente não desenvolve uma indústria de ponta e também não prepara o aluno de ponta”, frisou.

NOVAS TECNOLOGIAS - A Faculdade de Tecnologia (Fatec) também está se adequando à nova realidade da 4ª Revolução Industrial. De acordo com o professor Nelson Rampim Filho, da Fatec José Crespo Gonzales de Sorocaba, a instituição inaugurou este ano um núcleo de pesquisas e estudos em indústria 4.0. “Os profissionais de hoje precisam aderir às novas tecnologias porque os deslocamentos são inevitáveis. Desde a 1ª Revolução Industrial isso já acontecia. Não tem como ser diferente agora, mas neste momento a velocidade é muito rápida. É um desafio prepararmos academicamente os nossos alunos para esse novo mundo”, destacou Rampim.

Também alinhado à revolução que a indústria 4.0 levará à forma de produzir, o professor da área de Inovação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Wilson Nobre observou que a FGV tem raiz inovadora e desenvolve estudos focados nesse tema. “Temos ferramentas para os inovadores poderem inovar de maneira radical”, afirmou. Ele acrescentou que a união do meio empresarial com a academia é fundamental para o processo de preparação dos profissionais do futuro. “É bastante importante essa aproximação nesse momento de mudanças muito rápidas, que exigirão decisões ainda mais rápidas. Precisamos exatamente do ambiente de conversas e da interação.”

O coordenador do Laboratório de Simulação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Aníbal Azevedo, contou que a instituição tem diversas disciplinas relacionadas à inovação. “A nossa universidade tem um DNA de inovação e um volume muito grande de empresas filhas que foram derivadas de ex-alunos de cursos da Unicamp. “É importante nesse processo ouvir as empresas que estão na ponta dessa revolução”, disse. “Se a gente não preparar as pessoas para as empresas e para as formas que vão se dar as relações do trabalho, a gente não estará formando bons profissionais e bons cidadãos”, completou.

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