O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que o Congresso Nacional pode ajudar a resolver os problemas que impedem os investimentos no Brasil. Segundo Andrade, entre as propostas que precisam ser aprovadas com urgência estão a regulamentação da terceirização (PL 4330/2004), o projeto que estabelece novas regras para o licenciamento ambiental (PL 3729/2004) e o novo marco legal para as agências reguladoras (PLS 52/13). “A aprovação desses projetos é decisiva para criar um ambiente mais propício aos investimentos”, afirmou Andrade em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta terça-feira (18).
No audiência, ele apresentou aos senadores o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O documento, liderado pela CNI, foi construído por 500 representantes empresariais durante nove meses e aponta os dez fatores-chave para a competitividade, os indicadores e as metas para o país crescer mais e melhor na próxima década. “Hoje, a indústria responde por 14% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nossa proposta é que a participação no PIB volte a ficar acima de 20% até 2022. Todo país forte tem uma indústria forte. A indústria gera conhecimento e produtividade nos outros setores”, destacou Andrade.
Reconhecendo "os esforços e as políticas que o governo federal tem implementado, como as desonerações da folha de pagamentos", ele afirmou ainda que o país precisa avançar e buscar soluções para a elevada carga tributária e a deficiente infraestrutura logística.
ACORDOS INTERNACIONAIS - Outra questão que precisa ser resolvida, na avaliação do presidente da CNI, é a necessidade de o Brasil fazer acordos comerciais com outros países. "Temos defendido a necessidade de o Brasil fazer acordos internacionais, até mesmo os de livre comércio. Temos impedimentos como o Mercosul, que hoje representa muito mais um obstáculo ao avanço do comércio do que uma estrutura organizada com peso nas negociações internacionais”, afirmou Andrade. Segundo ele, eventuais acordos com a União Européia e os Estados Unidos podem favorecer o Brasil.
Esses acordos comerciais ajudarão o país a ganhar competitividade no mercado internacional, reforçou o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. “O nosso grande desafio, para não perdermos a nossa posição nas cadeiras produtivas globais, é melhorar o ambiente institucional. Produtividade tem um peso muito forte nessa estratégia. E o Brasil não poderá construir a sua estratégia apenas com o mercado doméstico”, destacou Fernandes.
FATORES-CHAVE DA COMPETITIVIDADE - Na base de toda a estratégia definida pela CNI está a educação, um dos dez fatores-chave que compõem o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. “O Brasil precisa de um modelo de educação que favoreça o desenvolvimento econômico e social. Precisamos de uma agenda que discuta a educação para o mundo do trabalho”, afirma o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi. Estudo da CNI aponta que 70% dos empresários brasileiros afirmam que a falta de trabalhador qualificado prejudica o aumento da competitividade do país.
O Mapa Estratégico da Indústria está estruturado em dez fatores-chaves capazes de garantir a produtividade e a competitividade da indústria brasileira na próxima década. Esses requisitos foram selecionados por terem impacto relevante e direto na competitividade da indústria e por terem abrangência e durabilidade em termos de ganho de produtividade. São eles: educação, ambiente macroeconômico, eficiência do Estado, segurança jurídica e burocracia, desenvolvimento de mercados, relações de trabalho, financiamento, infraestrutura, tributação e inovação e produtividade.
VÍDEO - Assista ao vídeo com a apresentação do Mapa Estratégico da Indústria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. As imagens são da TV Senado.