A Confederação Nacional da Indústria (CNI)mantém sua posição de acordo de livre comércio com o México, o que significa reduzir a zero o imposto de importação de cerda de 90% do comércio entre os países, ou o mais próximo disso. Segundo o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, consulta ao setor privado mostrou que 88% considera o acordo atual insatisfatório para ampliar as exportações brasileiras e 87% entende que o Brasil deve negociar um amplo acordo de eliminação de tarifas com a inclusão de temas não-tarifários.
Os negociadores brasileiros e mexicanos estão reunidos nesta sexta-feira (1º), na Cidade do México para tratar da ampliação do Acordo de Complementação Econômica entre o Brasil e o México (ACE-53). Para a CNI, a ampliação deste acordo é uma grande oportunidade para aumentar o comércio e o investimentos entre os dois países. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, o acordo aumentaria em 50% a corrente de comércio entre os dois países em dez anos.
Na última década, o México se tornou o quarto maior destino de investimentos de empresas brasileiras, alcançando US$ 3,9 bilhões, e o Brasil se tornou o segundo maior destino dos investimentos mexicanos. No comércio, o mercado mexicano se destaca como o 7º maior mercado do mundo. No entanto, o México possui acordo de livre comércio com Estados Unidos, União Europeia e Japão. E, no momento, os produtos brasileiros concorrem em condições desfavoráveis e só representam 1,2% do que os mexicanos compram contra 2,3% de produtos mexicanos nas importações brasileiras.
Estudo da CNI mostra que o Brasil é menos beneficiado do que o México nos acordos que existem. A análise dos fluxos de comércio entre os dois países indica que 74% da exportação mexicana ao Brasil é realizada no âmbito dos acordos, mas apenas 55% das exportações brasileiras entram com preferência tarifária no outro mercado latino-americano. “Grande parte dos produtos brasileiros com vantagens comparativas estão fora do acordo atualmente”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.