Conheça 4 tecnologias de saúde e segurança já disponíveis no mercado

Com apoio do SESI, empresas desenvolveram simuladores, aplicativos e games que reforçam a capacitação e melhoram a gestão da segurança e saúde no trabalho

Um aplicativo que mapeia a acessibilidade em locais de trabalho para cumprimento da lei de cotas para pessoas com deficiência e um game que capacita trabalhadores a identificar riscos de acidentes na fábrica estão entre as tecnologias financiadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI) que já estão no mercado. Os projetos receberam recursos via Edital de Inovação para a Indústria, desenvolvido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Empresas interessadas em desenvolver projetos na área de segurança e saúde no trabalho podem inscrever propostas de projetos no site do edital a qualquer momento. Confira quatro tecnologias de segurança e saúde no trabalho que saíram do papel para beneficiar indústrias em todo o país:

A Ambev desenvolveu um game no formato quiz para acelerar o processo de aprendizagem de trabalhadores

1. Capacitação gameficada

Com apoio do Centro de Inovação SESI de Tecnologias para Saúde, a fabricante de bebidas Ambev desenvolveu um game no formato quiz para acelerar o processo de aprendizagem de trabalhadores em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Atrelado a um sistema de gestão da empresa, a nova ferramenta a ajuda a identificar pontos fortes e fracos no domínio de conhecimento das normas e a necessidade de capacitações presenciais. Entre os pontos abordados nos questionários estão o trabalho em altura e equipamentos de proteção individual para se usar em cada área.

Segundo Guilherme Letti, articulador para Redes de Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), que apoiou o desenvolvimento da tecnologia, os acidentes reduziram significativamente na empresa desde a implantação do game. Entre as estratégias usadas pela Ambev para incentivar o uso do novo sistema estava atrelar o desempenho no game como critério de desempate na concessão de promoções. “Hoje a Ambev planeja estender a iniciativa iniciada em Santa Catarina para todas as fábricas na América Latina”, conta.

Simulador desenvolvido na Gerdau desperta interesse de empresas de outros setores

2. Simulador de percepção de riscos de acidentes

Um aplicativo de realidade virtual que permite trabalhadores avaliarem conhecimentos sobre situações de risco no ambiente de trabalho é usado por fábricas da Gerdau em diversos países. O sucesso da tecnologia, desenvolvida com apoio do SESI no Edital de Inovação, possibilitou o surgimento de uma spinoff da empresa Nexo Capacitação Digital, em 2016. Hoje a plataforma é usada por empresas de outros segmentos como L´Oreal, de cosméticos, e o Hospital Albert Einstein. Assista ao vídeo.

Para usar a tecnologia, o trabalhador insere o celular no óculos de realidade virtual com o aplicativo que contém uma planta industrial em 3D. Com a ajuda de um controle manual, o profissional se locomove apontando e classificando situações de risco de acidentes no ambiente. No fim do trajeto, confere o gabarito. 

Os resultados dos testes são enviados para um sistema de recursos humanos da empresa que identifica os principais erros dos trabalhadores e verifica  a necessidade de intervenções, como capacitação. “O mercado de realidade virtual crescerá 60 vezes entre 2015 e 2025, devido sobretudo à disseminação dos óculos de realidade virtual e consequente aumento do conteúdo VR disponível, incluído neste conteúdo não apenas entretenimento, mas também treinamento, com até 90% mais assimilação do que nas aulas presenciais"”, destaca o presidente da Nexo, Frederico Faria.

Aplicativo ajuda empresas a cumprir a lei de cotas para pessoas com deficiência

3. Aplicativo para acessibilidade

Informações sobre a necessidade de adequação das instalações e postos de trabalho de uma empresa para receber trabalhadores com deficiência podem ser obtidas via um aplicativo desenvolvido pelo Centro de Inovação SESI para Longevidade e Produtividade. Há cerca de um ano e meio no mercado, a tecnologia é usada pelo SESI no atendimento a indústrias que queiram mapear a acessibilidade no local de trabalho para o cumprimento de lei de cotas para pessoas com deficiência (Lei 8.213/81).

De acordo com Felyppe Blum, engenheiro de segurança do Centro de Inovação do SESI, o aplicativo auxilia empresas na assertividade de contratação de pessoas com deficiência. Por meio do sistema, são feitas imagens das instalações que são sincronizadas com plataforma web que contém todos os critérios da Norma 9050/2015 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sobre acessibilidade para edificações e espaços urbanos. “A partir daí, produzimos um relatório que é entregue às empresas para que produzam seus planos de implementação da lei”, explica. 

Com o simulador, é possível reduzir custos com capacitação de trabalhadores

4. Simulador virtual para ambientes perigosos em mineradoras

Simuladores virtuais interativos para capacitar trabalhadores de mineradoras a lidarem com ambientes perigosos estão sendo adequados a plantas de empresas do setor. A tecnologia, desenvolvida pela Urizen Technology com apoio do SESI no Pará e pelo Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais, reproduz a planta baixa da mineradora. Com a inovação, é possível reduzir custos, transportar e adequá-la a diversos ambientes laborais e oferecer mais segurança aos trabalhadores que os métodos tradicionais de capacitação.

Com o apoio do Edital de Inovação para a Indústria, uma grande mineradora mapeou as situações de riscos ao trabalhador. No projeto, a área de manutenção elétrica de alta potência foi priorizada e, para isso, foram captados cenários reais de trabalho e listados procedimentos padrões de segurança e possíveis situações de riscos ao trabalhador. “No sistema, as escolhas livres do usuário têm consequências diretas, ou seja, o trabalhador vai aprendendo com seus próprios erros e acertos, com feedback imediato de suas ações”, explica o diretor do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais, Joner Alves.

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