O Brasil pode se transformar em um grande produtor de gás natural em terra com investimentos, estudos geológicos e legislação adequados. O estudo Estimativa dos Benefícios Econômicos e Sociais do Desenvolvimento da Exploração e Produção de Gás natural em Terra no Brasil, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o aumento da oferta do combustível e a consequente redução dos preços criariam um ciclo virtuoso na economia, com benefícios sociais e ambientais para o país.
1. Aumenta a produção e a oferta do combustível
Com um investimento de US$ 71 bilhões até 2050, é possível aumentar em seis vezes a produção de gás natural em terra. Atualmente, o Brasil produz 23 milhões de metros cúbicos ao dia. A produção passaria para 140 milhões de metros cúbicos por dia. Esse aumento elevará a oferta do combustível no mercado.
2. Diminui o custo da energia e amplia a competitividade dos produtos industriais
O aumento da produção e da oferta de gás natural diminuirá os custos das indústrias e beneficiará o produto brasileiro em relação à concorrência estrangeira. Hoje, o preço médio do gás natural é de US$ 14 por milhão de BTUs. Com maior produção em terra, esse valor pode cair para US$ 7 por milhão de BTUs. O estudo da CNI calcula que a manutenção do preço atual diminuirá em até US$ 86 bilhões o faturamento dos setores industriais que consomem muita energia, como o siderúrgico, o químico, o de alumínio, cerâmica, vidro e papel e celulose.
3. Cria empregos
A ampliação das atividades de perfuração de poços, exploração e produção de gás em terra vai gerar emprego. Com o aumento dos investimentos, a estimativa é que entre 2021 e 2043 sejam criados 11 mil empregos diretos e indiretos por ano no setor. A partir de 2044, com o crescimento da produção, podem ser abertos até 16 mil empregos diretos e indiretos por ano em todo o Brasil.
4. Aumenta a arrecadação do governo
Mais exploração e consumo de gás em terra significam mais arrecadação para o governo. Até 2050, o setor pode render aos cofres públicos US$ 79 bilhões, sendo 39% de Imposto de Renda, 29% de royalties e 37% de tributos indiretos. Com mais dinheiro em caixa, o governo pode aumentar os investimentos em áreas importantes para a população, como a construção e modernização de redes de água e esgoto, estradas, escolas e postos de saúde.
5. Diminui a dependência das importações e ajuda a preservar as reservas em dólares
Em anos de pouca chuva, quando os reservatórios da hidrelétricas são insuficientes para gerar a energia necessária, o Brasil importa cerca de metade do gás natural que consome. As despesas com a importação do combustível atingiram US$ 7 bilhões nos anos de 2013 e 2014 e aproximadamente US$ 5,2 bilhões em 2015. O estudo da CNI mostra que os investimentos na exploração e produção de gás em terra são decisivos para reduzir a dependência externa. Com isso, o país fica menos vulnerável às crises externas e fortalece a indústria nacional.
6. Reduz as emissões dos gases do efeito estufa
O gás natural é uma fonte de energia mais limpa do que o carvão e os derivados de petróleo. A expansão do uso desse insumo, especialmente nos setores que consomem muita energia, ajudará o país a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Ao terem a garantia da oferta a preços competitivos, indústrias químicas, de alumínio, siderurgias e outras poderão substituir o carvão, os óleos combustíveis e outras fontes de energia de petróleo por gás natural, o que ajudará o Brasil a cumprir os acordos internacionais de combate ao aquecimento global.