6 dicas para montar uma equipe de garagem de robótica

Confira o tutorial com as valiosas orientações de competidores experientes para participar dos torneios do SESI

Se interessou pelos torneios da FIRST LEGO League Challenge (FLL), realizados pelo Serviço Social da Indústria (SESI), e agora quer participar com seu grupo de amigos, mas alguns deles não são da mesma escola? Sem problemas!

A equipe de garagem é àquela formada por um grupo de alunos de escolas diferentes. De acordo com as regras da competição, os times devem ter de dois a dez integrantes de 9 a 16 anos para participarem, supervisionados por dois técnicos adultos.

Entretanto, o SESI recomenda o número mínimo de quatro competidores por equipe.

Para montar uma equipe de garagem de sucesso, a Agência de Notícias da Indústria conversou com Sofhia Emanuelly Ramalho de Souza, 15 anos, da equipe Osíris de Curitiba (PR), e seu técnico Wellingthon Matte; Ellen Gonçalves, 16 anos, da equipe Big Family de Campo Bom (RS), e seu técnico Evandro Gonçalves; e o técnico da equipe Black Gold de Candeias (BA) Igor dos Anjos.

Os veteranos competidores contaram as valiosas dicas para montar uma equipe campeã. Então, se liga nesse tutorial preparado especialmente para vocês: 

1. O cafofo para chamar de seu

É comum para equipes de robótica associadas às escolas possuírem um espaço nas instituições: as salas de robótica. Este local se torna a casa do time e é ali que os jovens se reúnem, treinam, desenvolvem os projetos etc. Mas como fica as equipes de garagem?

Como o próprio nome diz, e como é o caso das equipes entrevistadas, uma garagem vira o lar destes jovens. De acordo com os técnicos Igor dos Anjos e Wellingthon Matte, a garagem de suas casas são os cafofos das equipes Black Gold (BA) e Osíris (PR), respectivamente.


“Para começar é muito importante ter um espaço da equipe, que pode ser uma garagem mesmo, como é o nosso caso. Um local onde a equipe vai escolher o nome e as cores, colocar coisas na parede. Um espaço com as coisas da equipe, que tem a personalidade deles, para treinar, passar tempo e tudo mais. Você precisa criar esse espírito de pertencimento porque é onde a equipe vai se expressar, criar suas memórias, e é onde você motivar esses alunos para que eles continuem no mesmo projeto durante meses”, explica Wellingthon.


QUALIDADE DE OURO: busque aquele espaço top para realizar tudo relacionado à robótica 😎

2. Robótica lover? CHECK!

Encontre estudantes que sejam tão apaixonados pela robótica quanto você. Em uma equipe de garagem, os competidores devem participar ativamente de todas as etapas, que começa desde a arrecadação de fundos para custear as inscrições, peças LEGO, tapetes da competição, entre outros, até a gestão financeira.


“É muito importante ter força de vontade, determinação e bastante Gracious Professionalism (👏🏻👏🏻🙌🏻HEY!) porque, além do espaço físico e dos materiais, você precisa estar empenhado na causa que você está levantando. É um trabalho voluntário em que passamos meses nos dedicando e somos equipe independente. Então você tem que estar preparado para isso”, sugere Igor dos Anjos, técnico da Black Gold (BA).


QUALIDADES DE OURO: procure jovens que possuem amor pela robótica, dedicação e proatividade.

3. Amigos aos trancos e barrancos

Passar longas horas juntos é um dos hábitos em equipes de robótica. Seja treinando, bolando o projeto ou aperfeiçoando o robô, cada minuto livre é precioso. No caso das equipes de garagem, ter um grupo de estudantes super comprometidos é o mínimo desejado.

Uma equipe unida consegue superar mais adversidades durante as competições

Como os competidores são de escolas diferentes, os horários livres podem não se encaixar para todos. Dessa forma, uma comunicação clara e dedicação são essenciais para o bom funcionamento do projeto.


“Quando não se tem apoio de nenhuma instituição, sua equipe é seu principal e único ponto de apoio. São eles que vão ter que, além de se dedicar para o torneio em si, ser criativos na busca por recursos e soluções para as dificuldades. O esforço de cada um motiva o outro a não desistir frente as dificuldades, pois sabe que mesmo sem apoio, aquelas pessoas estão lutando pelo mesmo objetivo que você”, afirma Sofhia Ramalho, da Osíris (PR).


Além disso, um time de robotiquers unido se ajuda durante as competições para superar cada desafio e dificuldade que pode surgir no caminho.

QUALIDADES DE OURO: jovens com comprometimento, força de vontade e confiança.

4. Mudando o mundo a cada temporada

Na FLL Challenge, as temporadas possuem temas inspiradas em problemas enfrentados pela sociedade no dia a dia. Sendo assim, faz parte da competição criar um Projeto de Inovação com uma solução inovadora.

De acordo com a veterana Ellen Gonçalves, da equipe Big Family (RS), a pesquisa é uma parte vital da competição.

“Uma equipe de robótica precisar ter a consciência que vai desenvolver um projeto e precisa pesquisar para isso. Não é só mexer com os robôs de LEGO. E essa é uma qualidade importante que levaremos para o futuro”, explica.

Por meio dos temas de cada temporada, os jovens devem desenvolver projetos para solucionar adversidades enfrentadas pela sociedade diariamente

Para Sofhia Ramalho, veterana da equipe Osíris (PR), outra característica essencial é a determinação em mudar o mundo a cada projeto idealizado.


“A vontade de impactar o mundo através da robótica, dedicação, criatividade e confiança são as características essenciais em uma ótima equipe de garagem. É preciso sair da sua zona de conforto e pensar fora da caixa para resolver os desafios, para ir além daquilo que você já conhece e para chegar a lugares que você não imagina. E o mais importante: ter confiança na sua equipe, no trabalho, dedicação e apoio de cada um deles, seu time é seu principal e mais firme porto seguro!”, aconselha.


QUALIDADES DE OURO: as equipes precisam ter criatividade, autonomia e conhecimento afiado no Google Acadêmico (sim, pesquisa científica).

5. Organizado como um planner

Outro fato importante dessa categoria é que ela é fracionada em categorias (ou etapas): desenvolver o Projeto de Inovação, programação do robô, treinos no tapete da temporada e os Core Values (trabalho em equipe, competição amigável, cooperação entre times etc.).

Para os técnicos Igor dos Anjos (Black Gold), Wellingthon Matte (Osíris) e Evandro Gonçalves (Big Family), uma equipe só consegue completar todas as partes do processo seguindo, à risca, um planejamento bem elaborado. As atividades devem ser designadas com clareza a cada participante para que ocorra entregas de sucesso.


“É importante montar um cronograma porque, durante a temporada, você vai desenvolver diversas tarefas. Em uma equipe de garagem, principalmente, tem um tempo bem curto devido aos horários diferentes de cada pessoa. Então, devemos aproveitar ao máximo às reuniões de equipe e ter uma boa visão das atividades para distribuir a cada membro”, recomenda Igor dos Anjos.


QUALIDADES DE OURO: ótima organização, responsabilidade com entregas e empenho.

6. Chama a comunidade!

A cidade natal de um grupo de robótica é muito importante em seu desenvolvimento. Durante a elaboração dos Projetos de Inovação, a comunidade local é uma das fontes de pesquisa mais utilizadas pelos jovens.

Para uma equipe de garagem, além do projeto de pesquisa, o apoio da sociedade é de extrema importância em vários momentos: durante a formação do time, eventos e dinâmicas realizadas pelos estudantes, na arrecadação de verbas para inscrições e ferramentas, entre outros.

A família é a primeira base de suporte do robotiquer competidor

Em adição ao processo de networking, que ocorre naturalmente, uma comunicação aberta com a comunidade promove inclusão social e cria um laço de suporte. Segundo o técnico Wellingthon Matte, da equipe Osíris (PR), a participação da família também é essencial para auxiliar a equipe durante todo o processo, nas dificuldades e nas vitórias.

E é por isso que Evandro Gonçalves, da Big Family (RS), escolheu ser o técnico da equipe que sua filha, Ellen Gonçalves, faz parte.


“Antes da Big Family, eu acompanhava a Ellen no SESI e a nossa família acabou gostando disso, se apaixonando pela robótica. Então, a gente formou uma equipe de garagem para continuar com esse trabalho que é muito gratificante não só para a equipe, mas para os técnicos e para todos envolvidos”, Evandro relata.


E Ellen completa, explicando como chegaram à escolha do nome da equipe: “A gente sempre viu a FLL como uma grande família. Sempre víamos esse lado familiar: na equipe nós não somos somente amigos, nós somos irmãos, como uma grande família. Por isso que demos o nome de Big Family, a grande família da robótica”, relembra.

QUALIDADE DE OURO: networking, participação e apoio ativo de parentes e amigos.

Equipe formada? Então vamos competir!

É hora de competir!

Despois de conhecer e anotar todas as dicas, esse é o momento de montar a sua equipe de garagem para competir na Cargo Connect. A temporada começou em 29 de setembro, com o lançamento das modalidades FIRST LEGO League Challenge (FLL) e FIRST Tech Challenge (FTC).

O desafio é como aprimorar os processos de transporte e logística de mercadorias, desde o envio de pacotes em áreas rurais e urbanas até a entrega de ajuda em desastres por meio de trânsito aéreo de alta tecnologia. O intuito é tornar as ações do setor mais rápidas, eficientes e inteligentes, de forma que empresas e consumidores sejam beneficiados.

Não fique por fora

Para participar das competições, fique atento ao canal da FIRST LEGO League Challenge para não perder o período de inscrições. Acompanhe também todas as novidades da robótica aqui, na Agência de Notícias da Indústria, e nos perfis do Festival SESI de Robótica no Instagram e Facebook.

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