Um acerto com o futuro

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e o vice-presidente do Conselho de Administração da Ultrapar, Pedro Wongtschowski, este é o momento de o Brasil abraçar a nova revolução industrial, colocando a inovação como prioridade na agenda de desenvolvimento do país

Robson Braga de Andrade

Quando decidimos lançar a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em 2008, éramos poucos. Hoje reunimos centenas de empresas e lideranças comprometidas com o futuro, que assumem riscos, inovam e movem o Brasil.

Fizemos mais. Alcançamos parte do que nos propúnhamos no Manifesto pela Inovação de 2009. Nele, firmamos compromisso de vencer esse desafio.

É papel do setor privado ser o protagonista desse projeto. É nossa responsabilidade, pois inovação é o pilar do sucesso de cada empresa, uma exigência dos consumidores e uma alavanca para a competitividade.

Colaborando com o setor público, melhoramos nossas políticas, ganhamos foco e estimulamos uma cooperação inédita entre agências públicas, como o Inova Empresa. Criamos instrumentos, como a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e os Institutos Senai de Inovação, e fortalecemos a educação profissional.

Mas o quadro mudou, e muito, com a crise. Nosso plano, hoje, para empresas, sociedade e governo, é necessariamente um ajuste de contas: regras rígidas para os orçamentos futuros, compromisso com a responsabilidade fiscal, reforma trabalhista e reforma da Previdência.

São medidas para dar um rumo ao país e retomar o crescimento. Essa era uma agenda esquecida, mas sem a qual o nosso futuro será dúbio e incerto, não nos permitindo diminuir pobreza e desigualdades.

Estamos fazendo um grande ajuste de contas com o passado. Agora, precisamos saber como será nosso acerto com o futuro. Uma nova e dramática revolução industrial bate à nossa porta. Não estaremos alheios a ela. Se nada fizermos para nos adequar às mudanças, essa revolução nos condenará ao esquecimento.

A digitalização da manufatura, a rastreabilidade dos processos, a computação em nuvem e a robótica colaborativa, entre outros processos que são a base da Indústria 4.0, dão margem à integração entre o mundo real e o digital.

O redesenho do chão de fábrica, das cadeias de suprimento e da logística traz ganhos extraordinários de produtividade e permite customizar a produção, além de atender a transformações na demanda. A manufatura aditiva, a Internet das coisas e a inteligência artificial potencializam tudo isso.

Essas mudanças possibilitarão novos modelos de negócios e integração entre indústria e serviços. Transformarão todas as atividades econômicas e impactarão a estrutura de emprego e os requisitos de qualificação profissional. Exigirão políticas que minimizem os custos de transição.

O Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, que ocorre nesta semana em São Paulo, mostra que o setor privado brasileiro quer liderar essa modificação de atitude no Brasil, renovando os compromissos com nossas empresas e com o país.

Compromisso de se engajar na nova revolução industrial; compromisso de trazer a inovação para o plano estratégico das empresas; compromisso de difundir esses conceitos na cadeia de valor; compromisso de manter um diálogo aberto com o governo.

Pedro Wongtschowski

A revolução tecnológica que balança as estruturas de toda a economia nos coloca imensos desafios, mas traz oportunidades e possibilidade de criar novos negócios, de explorar alternativas novas e de construir novas trajetórias.

Isso requer coragem e determinação. Coragem de assumir nossas responsabilidades. Coragem de quem tem por missão aceitar riscos e inovar. Determinação de perseverar na Mobilização Empresarial pela Inovação.

Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Pedro Wongtschowski é vice-presidente do Conselho de Administração da Ultrapar.

O artigo foi publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (27)

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