O futuro que queremos para o Brasil

Em artigo publicado no jornal O Globo, o presidente da CNI defendeu ações consistentes no Brasil que incentivem os investimentos e aumentem a competitividade e a produtividade das empresas

Mais do que uma data importante para celebrar os extraordinários avanços sociais, políticos e econômicos do passado, o bicentenário da Independência do Brasil é uma oportunidade única para refletirmos sobre o futuro que queremos para o país. Por coincidência, as comemorações desse importante marco histórico ocorrem em um ano de eleições gerais, quando, tradicionalmente, se intensificam os debates sobre as questões que interferem no crescimento da economia e na qualidade de vida da população.

Em 200 anos, o Brasil agrário, escravocrata e regido pela monarquia passou a ser uma República, com governos eleitos democraticamente e instituições públicas sólidas. Transformou-se em um país urbano e industrializado, com uma economia diversificada e modernas relações de trabalho.

Também são notáveis os progressos na saúde, na educação, na infraestrutura, na tecnologia e em tantas outras áreas que determinam o desenvolvimento das nações. Exemplos disso são o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, a queda da taxa de mortalidade infantil, a universalização do ensino, a redução do analfabetismo, e a ampliação das redes de água e esgoto e de telecomunicações.

Entretanto, o Brasil precisa avançar ainda mais para voltar a crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Para isso, devemos implementar, com urgência, ações consistentes que incentivem os investimentos, e aumentem a competividade e a produtividade das empresas.

A medida mais importante nessa direção é a aprovação de uma reforma ampla da tributação sobre o consumo que elimine as distorções, simplifique o sistema, e desonere as exportações e os investimentos. Outra iniciativa indispensável é a implementação de medidas adequadas ao fortalecimento da indústria, setor que desempenha um papel fundamental no crescimento econômico e na criação de emprego de qualidade.

Necessitamos de uma política ambiciosa de apoio à inovação, à ciência e à pesquisa para que o país e as empresas se adequem às mudanças provocadas pela Indústria 4.0 e pela economia de baixo carbono. Essas duas revoluções que estão em curso no mundo intensificaram a corrida tecnológica e requerem o desenvolvimento de produtos e negócios inovadores, além de diferentes formas de organização da produção.

Devemos, também, melhorar a qualidade da educação formal e ampliar a oferta do ensino profissional para que os jovens se preparem adequadamente para atender às novas exigências do mercado de trabalho e possam enfrentar os crescentes desafios da era do conhecimento.

É indispensável, ainda, aumentar a segurança jurídica e modernizar os marcos regulatórios da infraestrutura. Em paralelo, precisamos dar atenção especial ao meio ambiente e às ações de combate às mudanças do clima. Isso é fundamental para que o Brasil, dono de um patrimônio natural invejável, seja um dos líderes da transição para a economia de baixo carbono.

A discussão de propostas para ajudar o país a superar os obstáculos que dificultam a retomada de crescimento sustentado é o principal objetivo de um ciclo de cinco seminários organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para marcar os 200 anos de Independência do país.

O primeiro deles, cujo tema é “Evolução Política do Brasil”, será realizado nesta quarta-feira (6 de abril), em Brasília, e contará com uma palestra magna do ex-Presidente da República, Michel Temer. Na sequência, haverá um debate sobre o mesmo tema com a historiadora Mary Del Priore e com os cientistas políticos José Álvaro Moisés, Bolivar Lamounier e Jairo Nicolau.

O próximo seminário será no dia 27 de abril, com o tema “Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade”; o terceiro ocorrerá em 4 de maio, com o tema “Desenvolvimento Social”; o quarto será em 11 de maio, com o tema “Desenvolvimento Industrial, Científico e Tecnológico; e o último, que terá como terma “Educação e Cidadania” seminários ocorrerão em  segundo ocorre em 27 de abril; o terceiro, em 4 de maio; o quarto, em 11 de maio; e o quinto, em 1º de junho. 

Ao realizar esses seminários, a indústria reafirma seu compromisso com o Brasil. Queremos aproveitar o simbolismo do bicentenário da Independência e o período que antecede as eleições gerais de outubro para aprofundar o diálogo e buscar convergências em torno das ideias e das ações necessárias para a construção de futuro melhor para todos os brasileiros.

*Robson Braga de Andrade é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O artigo foi publicado no dia 06/04/2022, no jornal O Globo.

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