É preciso repensar a energia no país

De acordo com o secretário-executivo do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEP, a energia no Brasil é a mais cara do mundo e retira a competitividade de nossos produtos frente aos competidores internacionais

João Arthur Mohr é secretário-executivo do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEP

Um dos insumos de maior importância para a indústria é a energia. A energia elétrica move as máquinas e os motores industriais que produzem nossas riquezas, enquanto a energia térmica gera o calor necessário nos processos produtivos. Aliado a isto a energia para a mobilidade sustentável é fundamental para o transporte de bens e pessoas.

A matriz de geração de energia elétrica no Brasil é a mais sustentável do mundo, com alta participação de fontes renováveis a partir da geração hidroelétrica e termoelétrica, a partir de biomassa, eólica e fotovoltaica, estas duas últimas agora em forte expansão no país.

Porém, apesar desta grande vantagem no âmbito da sustentabilidade, a grande preocupação da indústria consiste no fato de que a energia no Brasil é a mais cara do mundo e retira a competitividade de nossos produtos frente aos competidores internacionais.

Especialmente nos últimos três anos os valores cobrados pela energia elétrica entregue em nossas indústrias mais do que duplicou, aumentando ainda mais o chamado “Custo Brasil” que onera o setor produtivo brasileiro com alta carga de impostos, deficiências na infraestrutura logística, alto custo de energia e encargos trabalhistas.

Faz-se necessário planejar e garantir o fornecimento de energia para as indústrias com qualidade, quantidade e preço competitivo. Hoje o valor da energia gerada, transmitida e distribuída representa pouco mais de 50% do valor da conta de luz que todos pagamos. Os outros 50% representam impostos federais e estaduais e encargos do setor - como exemplo, subsídios a programas sociais.

Entendemos como importantes estes subsídios, porém da forma com que eles são cobrados na conta da luz acabam por onerar todo o setor produtivo, reduzindo suas vendas e gerando menos impostos.

Para ajudar a indústria paranaense e brasileira a tornar-se mais competitiva, o Sistema FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) apresenta o Roadmap de Energia 2031.

Construída a partir da visão de mais de uma centena de especialistas da iniciativa privada, do poder público, da academia e de entidades ligadas ao setor, esta rota estratégica apresenta seis visões de futuro para o tema. São elas:

1 - Referência em Planejamento Sistêmico de Assuntos Energéticos;
2 - Referência em Geração Distribuída de Energias Renováveis;
3 - Modelo de Eficiência Energética para Competitividade;
4 - Provedor de Soluções em Geração e Cogeração de Energia a partir da Biomassa;
5 - Energia para a Mobilidade Sustentável;
6 - Referência em Distribuição, Comercialização e Aplicação de Petróleo & Gás para Disponibilização de Energia Competitiva e Sustentável

Estas seis visões de futuro revelam a condição desejada para o setor de energia em 2031. O trabalho levanta as barreiras para se atingir estas visões, determina quais são os fatores chaves de sucesso para vencer estas barreiras e propõe ações com iniciativas de curto, médio e longo prazos para a transformação da realidade e a concretização da visão de futuro.

Indicadores de monitoramento das ações e as tecnologias-chave que devem ser incorporadas para assegurar o desenvolvimento e a competitividade do setor de energia no Paraná também são listadas. A energia elétrica gerada no estado equivale a 17,1% da brasileira e a 59,9% da eletricidade da região sul. Sua fonte predominante são usinas hidroelétricas, com participação de 94,4% no total de energia produzida.

Desta forma, com o lançamento da Rota Estratégica de Energia 2031, o Sistema FIEP colabora com a competitividade da indústria paranaense e brasileira e, mais do que isto, propõe um modelo de governança para atuar efetivamente na transformação deste futuro idealizado em realidade.

A publicação está disponível para download no site da FIEP.

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