A latinha e o seu legado

Em artigo publicado na Revista Indústria Brasileira, o presidente-executivo da Abralatas, Cátilo Cândido, destaca que, mesmo em meio a pandemia, o setor de latas teve um crescimento sequencial ao longo dos últimos anos

Mais de mil latas de alumínio para bebidas foram abertas por segundo em 2020 no Brasil. Esse movimento resultou na comercialização de 32 bilhões de unidades, no crescimento de 7,3% sobre o ano anterior e no faturamento recorde de R$ 17,5 bilhões dos fabricantes de latinhas. O setor vem sentindo um crescimento sequencial ao longo dos últimos anos e, mesmo com índices que demonstram encolhimento da economia em razão da pandemia da Covid-19, percebeu tempestivamente o aumento de demanda por latas e ampliou a produção.

Motivado pela consciência ambiental, pela variedade de formatos e produtos e pela  conveniência, já que a embalagem favorece o consumo individual, mais alinhado ao momento de isolamento social, o brasileiro passou a consumir mais em casa, principalmente no mercado de cerveja.

Em virtude desse cenário, até 2022, as empresas associadas à Abralatas terão investido mais de R$ 2 bilhões na ampliação de linhas de produção e na construção de três novas fábricas, duas delas em Minas Gerais. É uma sinalização de que o setor continua acreditando no Brasil e gerando renda, emprego e impostos.

Outro legado deste período de tanta incerteza é a consolidação da preferência pelo consumo consciente, que tem tudo a ver com o ciclo de vida da lata. A logística reversa é uma prática que o setor adotou desde a chegada ao Brasil, em 1989. Atualmente, o país é líder mundial em reciclagem da lata de alumínio para bebidas, reciclando mais de 95% delas há mais de 10 anos. Isso trouxe redução significativa na emissão de gases de efeito estufa e consumo de energia do seu ciclo, além, é claro, da relevante geração de renda para milhares de catadores e cooperativas de materiais recicláveis. Com matriz energética limpa e renovável, a cadeia da latinha tem uma das pegadas de carbono mais baixas do planeta.

Mesmo com índices tão elevados e modelo de logística reversa bem estabelecido, recentemente o setor assumiu obrigações para tornar essa dinâmica ainda mais eficiente com o Termo de Compromisso da Lata, firmado com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 

Ao olhar para o futuro, além do aperfeiçoamento desse sistema, trabalhamos fortemente para que o Brasil adote um modelo que contemple estímulos para a economia verde, uma economia de baixo carbono, em sintonia com o pilar ESG (Environmental, Social and Governance), assunto que ganha cada vez mais projeção mundial.

*O artigo foi publicado na edição de abril da Revista Indústria Brasileira.

Cátilo Cândido é o presidente-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas)

REPRODUÇÃO DO ARTIGO - Os artigos publicados pela Agência CNI de Notícias têm entre 4 e 5 mil caracteres e podem ser reproduzidos na íntegra ou parcialmente, desde que a fonte seja citada. Possíveis alterações para veiculação devem ser consultadas, previamente, pelo e-mail [email protected]. As opiniões aqui veiculadas são de responsabilidade do autor. 

Relacionadas

Leia mais

Aumento de juros é uma decisão equivocada, avalia CNI
Vaga de estágio no IEL: 1,8 mil oportunidades pelo Brasil
Tudo que você precisa saber sobre o Simples Nacional

Comentários