Brasília – O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, com crescimento de 2,7%, segundo o IBGE, revela um quadro alarmante, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI): a indústria de transformação está estagnada, tendo crescido apenas 0,1% em 2011, inicia 2012 com um carregamento negativo de 3,3% e se descola do resto da economia.

A CNI acentua que os poucos avanços na remoção dos obstáculos à competitividade, a permanência de taxa de juros elevadas em termos globais e o baixo crescimento da produtividade – fatores que elevam o custo de produzir no Brasil – limitam o poder de competição dos produtos industriais brasileiros. Sem alteração substantiva desse quadro, dificilmente a evolução do PIB geral e da indústria apresentará mudança significativa em relação à situação atual, prevê a entidade.

A CNI assinala que, com um recuo de 2,5% no último trimestre de 2011 em relação ao trimestre anterior, o PIB da indústria de transformação está no menor nível desde o quarto trimestre de 2009. A indústria geral foi o único componente do PIB que recuou (0,5%) no quarto trimestre, comparativamente ao anterior, uma vez que todos os demais, tanto do lado da demanda quanto da oferta, cresceram no período, destaca.

De acordo com a CNI, o resultado do PIB reafirma uma constatação de décadas anteriores: a economia brasileira tem mais vigor quando a indústria de transformação é o motor de sua expansão. Segundo a entidade, para acelerar o PIB, portanto, é imprescindível gerar condições para a indústria voltar a crescer em ritmo forte.