Empresários precisam de políticas claras para investir no Brasil

Presidente da CNI defende, no lançamento da Agenda Legislativa 2013, aprovação de leis modernas para que país construa ambiente de negócios capaz de fortalecer as empresas e a economia

"O momento é de reafirmação econômica. Não podemos desperdiça-lo" - Robson Braga de Andrade

O setor produtivo precisa de leis modernas, que definam normas jurídicas claras e perenes, para garantir um ambiente de negócios propício à retomada dos investimentos e do crescimento da economia brasileira. O alerta foi feito pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, nesta terça-feira (23), no lançamento da Agenda Legislativa da Indústria 2013 . "O funcionamento eficiente do setor privado pressupõe a aplicação de normas jurídicas claras e estáveis, que tragam segurança para o empreendedor", disse Andrade.

O presidente da CNI ressaltou à plateia de parlamentares, empresários e presidentes de federações estaduais da indústria presentes à cerimônia que a Agenda Legislativa da Indústria nasceu para disseminar, no Congresso Nacional, informações transparentes e de qualidade sobre projetos capazes de estimular o desenvolvimento econômico brasileiro. Andrade também destacou que a Agenda Legislativa chega à sua 18ª edição com um retrato dos desafios que o Brasil ainda enfrenta para ajudar na recuperação da economia. "O momento é de reafirmação econômica. Não podemos desperdiça-lo", afirmou.

AVANÇOS - Apesar do cenário econômico adverso de 2012, o Brasil fez significativos avanços para aumentar a competitividade da indústria brasileira com a aprovação de propostas defendidas pela Agenda Legislativa . Entre elas, estavam incluídas na Agenda Legislativa 2012 o novo Código Florestal e a resolução do Senado que unificou as alíquotas interestaduais do ICMS sobre produtos importados, pondo fim à chamada "Guerra dos Portos". Andrade também comemorou a aprovação da Medida Provisória 579, que reduziu as tarifas de energia elétrica e a desoneração da folha de pagamentos, que já beneficia 56 segmentos da economia.

Aos 81 parlamentares presentes, o presidente da CNI pediu apoio para a aprovação de projetos, com relevante impacto, para melhorar a competitividade da economia brasileira e que estão na pauta de votações do Congresso. Entre eles, a Medida Provisória no 595, a MP dos Portos, que deve ser votada pelo Legislativa até 16 de maio. "Se aprovada, a proposta propiciará um ambiente mais favorável ao aumento dos investimentos e da eficiência dos terminais brasileiros", argumentou. E ainda complementou: "Ao promover uma importante modernização, a MP elimina conflitos jurídicos e cria um ambiente favorável à participação do setor privado nos portos brasileiros".

LEIS EXPRESSAS - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o Congresso Nacional criará um sistema de "leis expressas" para agilizar a tramitação de propostas que reduzam a burocracia e racionalizem o sistema tributário brasileiro. A ideia é que essas propostas tenham a votação acelerada, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. "O Congresso precisa ser um agente facilitador do ambiente econômico brasileiro", argumentou Calheiros. Para o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a Agenda Legislativa é um instrumento importante para nortear as decisões dos parlamentares na votação de projetos benéficos à indústria e à economia em geral.

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, elogiou o trabalho da CNI no acompanhamento dos projetos em exame no Congresso Nacional e que impactam no desenvolvimento econômico do país. "A presidenta Dilma (Rousseff), inúmeras vezes, já declarou que não há possibilidade de sermos uma nação rica sem que o setor da indústria se desenvolva, para gerar empregos, oportunidades, inovação, tecnologia", afirmou. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que a pasta será uma parceira na discussão de projetos que busquem a melhoria das relações de trabalho. "Não seremos um entrave", garantiu.

PRIORIDADES - A MP dos Portos é um dos 17 projetos incluídos na Pauta Mínima, o conjunto de projetos de maior impacto - seja positivo ou negativo - no ambiente de negócios brasileiros. Andrade também conclamou os deputados e senadores a integrarem os esforços da CNI para aperfeiçoar os marcos regulatórios da economia. "Isso só será feito com a insubstituível participação do Congresso Nacional, a casa do debate amplo e democrático", disse. "Deputados e senadores são nossos parceiros imprescindíveis na consolidação de um ambiente econômico e institucional em que a competitividade da indústria seja a base do desenvolvimento econômico do Brasil."

Nesse sentido, Robson Andrade listou como prioritários a Medida Provisória 612, que ampliou o teto de faturamento anual para enquadramento no regime de lucro presumido. O tema está há cinco anos na Pauta Mínima e é um "importante avanço para a simplificação tributária e a redução dos custos das empresas". Ele também classificou como prioritária a aprovação do projeto que extingue a contribuição adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a regulamentação da terceirização, mantendo as devidas proteções legais para os trabalhadores terceirizados. "Espera-se, assim, a redução de passivos trabalhistas e o estímulo à criação de novos empregos", defendeu.

A CNI reconhece que os objetivos não são fáceis de ser alcançados, mas destaca a importância de o Congresso Nacional trabalhar por avanços na modernização das relações de trabalho, na simplificação do sistema tributário, na melhoria da infraestrutura, na correção das desigualdades regionais e na promoção de educação de qualidade. "Precisamos tratar melhor as empresas que geram emprego e renda no país", afirmou.

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