Estabilidade e crescimento econômico exigem combinação de políticas monetária e fiscal, alerta CNI

Para assegurar a desaceleração da inflação com menor impacto na atividade produtiva, a CNI reitera a necessidade de haver controle do ritmo de expansão dos gastos públicos e rigor e comprometimento com as metas fiscais

O aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, para 9% ao ano, definido nesta quarta-feira (28) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), estava dentro das expectativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A elevação de 0,5 ponto percentual nos juros era esperada no cenário atual de contração da liquidez internacional e pressão sobre as moedas dos países emergentes. No plano doméstico, mesmo com a desaceleração dos últimos meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses continua perto do teto da meta de inflação, o que requer atenção com a trajetória dos preços.

De um lado, a desvalorização do real é positiva para os exportadores e terá efeitos de médio prazo na atividade produtiva. Mas, de outro lado, é negativa por causa das possíveis pressões sobre a inflação. A CNI entende que o aumento dos juros é instrumento importante para enfrentar situações dessa natureza, mas receia que, se utilizada em proporções excessivas, essa medida poderá provocar retração dos investimentos e desestimular de forma mais intensa o consumo no futuro próximo, comprometendo a recuperação da economia brasileira.

Para assegurar a desaceleração da inflação com menor impacto na atividade produtiva, a CNI reitera a necessidade de haver maior sintonia entre a política monetária e a fiscal, com o controle do ritmo de expansão dos gastos públicos e rigor e comprometimento com as metas fiscais. Só a sincronização dessas políticas reverterá o atual quadro de alta inflação e baixo crescimento econômico.

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