A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que as expectativas de inflação tanto para 2023 quanto para 2024 estão acima das metas, por isso considera compreensível a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. No entanto, a CNI espera que o Copom inicie em breve o processo de redução da Selic, com continuidade do movimento de desaceleração da inflação.
“Há mais de um ano que a Selic se encontra em patamar alto o suficiente para inibir a atividade econômica e contribuir para a desaceleração da inflação. E a manutenção da taxa de juros vai intensificar essa desaceleração. Por isso, esperamos que o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
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Atualmente, a intensidade da política monetária é bastante forte. A taxa de juros real, sem os efeitos da inflação, está em torno de 7,5% ao ano, 3,5 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra da economia, que é aquela que não estimula e nem desestimula a atividade econômica. No momento, isso faz com que o Brasil tenha uma das maiores taxas de juros reais do mundo.
Por essa razão, a CNI entende que a Selic em 13,75% ao ano, por restringir a atividade econômica, garante a manutenção da trajetória de desaceleração da inflação nos próximos meses.
“A taxa básica de juros no patamar atual foi um dos fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,8%, segundo o Boletim Focus do BC”, explica o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra.
Na avaliação da indústria, para se evitar que a taxa Selic permaneça em alto patamar, também é preciso que o governo tenha cautela na condução dos gastos públicos.