A nova queda da taxa de juros em 0,50 ponto percentual pelo Copom veio em linha com as avaliações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o desaquecimento da atividade econômica e a tendência de convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%. A CNI assinala que o corte, levando a taxa Selic para 10,5% ao ano, ainda mantém, contudo, os juros brasileiros acima dos padrões internacionais, evidenciando a existência de espaço para novas reduções.
O ambiente internacional de dificuldades das economias europeias continua gerando incertezas e restrição de crédito, o que justifica a atenção do Banco Central brasileiro com a liquidez e o custo do dinheiro no país. A CNI considera ser necessário dar continuidade ao ciclo de redução dos juros, de modo a atenuar os efeitos da baixa atividade mundial na economia brasileira e evitar novo movimento de valorização cambial.
Na visão da CNI, a combinação mais adequada de política macroeconômica é conceder maior responsabilidade à política fiscal. A entidade defende, por isso, rigor na execução do orçamento de 2012, com o contingenciamento de despesas para assegurar o cumprimento da meta de superávit primário. Essa ação não pode, contudo, alerta a CNI, comprometer o cronograma dos investimentos prioritários para a melhoria da infraestrutura e indispensáveis ao crescimento.