CNI vê, na nova alta da Selic, pesados custos ao setor produtivo

A entidade lembra que o IPCA encontra-se sistematicamente acima da meta, e as previsões para o ano pioraram desde a última reunião do Copom

Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar, novamente, a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 11% ao ano, se fundamenta na resistência da inflação em convergir para o centro da meta, de 4,5%. Essa medida, entretanto, impõe pesados custos ao setor produtivo no processo de contenção dos preços. 

A entidade lembra que o IPCA, índice oficial de inflação, encontra-se sistematicamente acima da meta, e as previsões para o ano se deterioraram desde a última reunião do Copom. As expectativas apontam para um IPCA em torno de 6,30% em 2014, valor muito próximo ao teto do objetivo definido pelo governo, de 6,50%. Há pressões inflacionárias no horizonte, como o fim da desoneração da tarifa de energia elétrica, os efeitos defasados da desvalorização cambial sobre os preços e a resistência dos valores cobrados pelos serviços, ressalta a CNI.

Apesar de reconhecer o cenário de pressões inflacionárias, a CNI propõe, como necessário, utilizar também a política fiscal no combate à inflação, com a contenção do ritmo de elevação dos gastos públicos. Isso minimizaria os efeitos negativos da alta dos juros na atividade industrial. Segundo a entidade, a opção única pelo incremento da Selic para tentar trazer o IPCA para o centro da meta faz com que os custos do ajuste recaiam integralmente no setor produtivo. 

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