O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) veem com extrema preocupação os resultados dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015. É um sinal da necessidade de reformulação urgente do nosso sistema educacional, com ações decisivas no sentido de melhorar a gestão escolar e aprofundar o estudo dos conteúdos essenciais de ciências, matemática e linguagens.
A avaliação do diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi, é a de que é possível aperfeiçoar o sistema brasileiro mesmo diante das atuais restrições orçamentárias do país. Para ele, o Brasil precisa investir em gestão escolar para administrar melhor os recursos disponíveis. “Temos algumas experiências bem sucedidas de melhoria do ambiente educacional e todas foram feitas por ações destacadas na área de gestão”.
Outra medida necessária é a alteração do sistema educacional a fim de garantir que os estudantes aprendam os conteúdos essenciais para o exercício da cidadania e a atuação competente no mercado de trabalho. “Precisamos olhar para outros sistemas educacionais no mundo, nos inspirarmos em resultados mais exitosos, e avançarmos na arquitetura do nosso sistema. A atual reforma do ensino médio é uma oportunidade singular para garantirmos que os nossos estudantes vão aprender o que é fundamental”, afirma o diretor-geral do SENAI.
Lucchesi lembra ainda que o Brasil é capaz de estar no topo de rankings educacionais, como mostra o resultado da 43ª WorldSkills, espécie de avaliação internacional da educação profissional, realizada a cada dois anos. O Brasil foi o primeiro colocado em 2015, à frente de países que são referência, como Coreia do Sul, Alemanha e Áustria. “O Brasil sabe fazer educação profissional de excelência e é capaz de obter o mesmo desempenho na educação regular”, defende.
O Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 65ª colocação em matemática no ranking mundial do Pisa, prova coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aplicada em 70 países em 2015. Mais da metade dos estudantes brasileiros estão abaixo do nível básico de proeficiência nas três áreas avaliadas, e as médias de pontos estão abaixo da média dos 35 países da OCDE.