A modernização da legislação trabalhista brasileira tem contribuído para se estabelecer condições para que empresas e trabalhadores apresentem respostas para os desafios do futuro do trabalho. Durante a plenária da 108ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, representantes dos empregadores destacaram que o modelo brasileiro, que prestigia o diálogo na definição de termos e condições específicas de trabalho, resguardando as proteções e garantias constitucionais, é caminho a ser seguido.
O futuro do trabalho é um dos principais temas em discussão no principal evento anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os debates têm se dado em torno de uma agenda sustentada em pilares como a importância da promoção de políticas para o desenvolvimento de habilidades e capacitação de trabalhadores ante as demandas de um mercado de trabalho em rápido processo de transformação. Como resultado do diálogo entre governo, trabalhadores e empregadores, a OIT – que comemora seu centenário, em 2019 –, apresentará uma declaração com sua visão para o mundo do trabalho nos próximos cem anos.
Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e representante dos empregadores na OIT, Alexandre Furlan destaca que o setor produtivo tem papel fundamental no fortalecimento do diálogo entre empregadores, trabalhadores e governo. Esses debates, segundo ele, devem visar à construção de consensos que contribuam para a formulação de soluções e políticas efetivas, capazes de ampliar a segurança jurídica e a geração de empregos. “A indústria brasileira está empenhada em contribuir com o Brasil na transição para a quarta revolução industrial”, disse.
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e vice-presidente da CNI, Gilberto Porcello Petry destacou o trabalho que o setor brasileiro tem feito para a qualificação de trabalhadores, com foco na atualização profissional e no preparo para novas competências que farão parte de processos produtivos aliados à robótica, por exemplo. Algumas profissões terão alterações profundas. Para isso, a indústria está trabalhando fortemente para preparar os trabalhadores para as mudanças”, afirmou Petry, que representa o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, na conferência.
DIREITOS PROTEGIDOS - Chefe da delegação brasileira de empregadores e presidente da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (CONSIF), Murilo Portugal Filho, fez referências à discussão do caso brasileiro na Comissão de Aplicação de Normas. No sábado (15), empregadores de diversos países reforçaram ao órgão de controle da OIT como a valorização da negociação coletiva forteleceu o diálogo entre empregadores e empregadores para que, preservados todos os direitos constitucionais dos trabalhadores, encontrem soluções que sejam mutuamente benéficas.
“A reforma laboral brasileira buscou adequar o país aos requisitos e características que se espera do futuro do trabalho. Ou seja, relações do trabalho num quadro de flexibilidade acima de um patamar mínimo de direitos trabalhistas como um caminho para uma sociedade mais igualitária e justa”, afirmou, diante de representantes de trabalhadores e empregadores de todo o mundo. “A superação das incertezas acerca do futuro do trabalho deve passar pelo diálogo social. É isso que acontece no Brasil.”
A OIT – A Organização Internacional do Trabalho foi criada em 1919, com uma estrutura tripartite. Com sede em Genebra, o organismo internacional tem o objetivo de promover normas, princípios e direitos fundamentais do trabalho, gerar empregos dignos, fomentar a proteção social e fortalecer o diálogo social. A Conferência Internacional do Trabalho é seu órgão máximo, que se reúne anualmente, em geral entre os meses de maio e junho, para discutir temas com maior recorrência nos países-membros.