Conselho de Relações do Trabalho apresenta resultados da Conferência Internacional da OIT

Em seu terceiro encontro do ano, conselheiros conheceram resultados da atuação da CNI na defesa da nova legislação do trabalho durante análise da Comissão de Aplicação de Normas, no início de junho, em Genebra

"Os direitos mínimos no Brasil estão consagrados na Constituição e não podem ser alvo de negociação", afirmou Alexandre Furlan

O desfecho da 107a Conferência Internacional do Trabalho, em que a Comissão de Aplicação de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) não apontou violações da reforma trabalhista à sua Convenção nº 98, foi o principal tema de debate na reunião desta terça-feira (26) do Conselho Temático de Relações do Trabalho (CRT) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Durante o encontro, os conselheiros conheceram os principais pontos da defesa da nova legislação apresentadas pela CNI, que teve o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, como delegado da bancada empregadora.

Presidente do CRT, Alexandre Furlan recapitulou a falta de fundamentos técnicos dos argumentos que levaram à inclusão do Brasil na lista de países que foram analisados pela Comissão de Aplicação de Normas por supostas afrontas à Convenção n° 98, que trata do direito à negociação coletiva. “O argumento de que a chamada prevalência do negociado sobre o legislado significa permissão para a derrogação (alteração ou redução) de direitos do trabalho é uma falácia, uma vez que os direitos mínimos no Brasil estão consagrados na Constituição e não podem ser alvo de negociação”, afirmou.

Em 7 de junho, a Comissão de Aplicação de Normas – órgão da OIT responsável por analisar a aplicação das convenções pelos países signatários – apresentou suas conclusões sobre o caso brasileiro, nas quais não apontou violações à Convenção nº 98 por parte da nova legislação trabalhista (Lei nº 13.467/17). Além disso, a comissão reconheceu que a OIT antecipou, sem justificativa, a análise do Brasil em relação ao cumprimento do tratado internacional, o que deveria ocorrer apenas em 2019.

SEGURANÇA NO TRABALHO – O CRT também debateu a evolução nas discussões entre governo, empregadores e empregados sobre processos de revisões e aprimoramentos de normas regulamentadoras, que estabelecem padrões de segurança e saúde no trabalho para o setor produtivo, de que forma que as regras equilibrem a irrenunciável proteção ao trabalhador com sua viabilidade técnica e econômica.

Conselhos da CNI - Os conselhos temáticos são órgãos consultivos da Diretoria da CNI. Formados por 30 representantes de Federações de Indústrias e de Associações Nacionais Setoriais, os Conselhos Temáticos se reúnem periodicamente para discutir e apresentar informações e propostas que orientam as decisões da diretoria e as ações da CNI na defesa de interesses da indústria brasileira.

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