Com a integração da área de segurança e saúde no trabalho (SST) a todos os demais setores da empresa, a gaúcha Bebidas Fruki, de 900 funcionários, conseguiu reduzir acidentes e aumentar a produtividade dos trabalhadores. O ganho mais perceptível se refletiu nos custos com a contribuição obrigatória sobre o grau de incidência de incapacidade laborativa que, em seis anos, diminuíram R$ 670 mil.
Isso ocorreu devido à redução de 56% do índice do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que integra cálculo de contribuição de incidência de afastamentos acidentários sobre a folha de pagamento das empresas. “Nesse valor não estão contabilizados outros custos diretos e indiretos dos acidentes”, destaca o coordenador de Saúde e Segurança no Trabalho da Fruki, Paulo Sérgio Labres.
A Fruki começou a usar o FAP na tomada de decisões de investimentos em segurança e saúde no trabalho em 2011 e a informação foi ainda mais disseminada a todos os gestores da empresa a partir de 2015, depois de um evento de sensibilização organizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI). Com o apoio do SESI, a Fruki verificou a necessidade de aumentar a carga horária de treinamentos específicos como direção defensiva para a equipe de vendas, testes práticos na seleção de profissionais que conduzem motocicleta, inspeções diárias de segurança nas instalações e em deslocamento no trânsito, entre outras ações.
Labres comenta que a empresa elaborou indicadores de desempenho e metas claras em segurança para todas as áreas e passou a conhecer melhor riscos, áreas críticas e processos que necessitam de mais atenção. “Devemos ir além de cumprimento de requisitos legais. Inovar em processos de segurança no trabalho é fundamental e importante”, declara.
GESTÃO DO ABSENTEÍSMO – O Programa de Gestão do Absenteísmo do SESI possibilita uma correta análise do FAP e permite às empresas reduzirem custos significativos com afastamentos desde a verificação de equívocos que podem vir no relatório de cálculo da contribuição até ações para prevenir acidentes e doenças profissionais, além da gestão de retorno ao trabalho. “As empresas desconhecem a dimensão dos custos com afastamentos previdenciários de trabalhadores e que é extremamente vantajoso investir na prevenção de acidentes e incapacidade nos ambientes de trabalho”, destaca o médico do trabalho do SESI Gustavo Nicolai.
Entre os serviços oferecidos pelo programa estão consultoria para melhorar as condições de segurança no ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador, além de análise técnica para reduzir custos com o FAP. As empresas já receberam relatório que calcula a contribuição de incidência de afastamentos acidentários para 2018 e têm até 30 de novembro para apresentar contestação.