Já se perguntou como encontrar novos clientes ou parceiros pro seu negócio ir mais longe? Se já tentou fazer isso sozinho, já achou que era mais difícil do que parece e desistiu? A gente sabe.
É por esses e outros motivos que todo empresário precisa conhecer as missões empresariais. Existem organizações sérias e com muita expertise em organizar itinerários de negócios no Brasil e no exterior.
Uma delas, que a gente põe a mão no fogo, é a Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O portfolio tem vários programas para ajudar empresas a se internacionalizar, inclusive as missões empresariais.
Pra se ter ideia, nos últimos cinco anos, a Rede CIN organizou 18 missões internacionais para países como Cuba, Chile, Itália, Alemanha, França, Estados Unidos da América e Emirados Árabes Unidos, com a presença de mais de 800 empresários brasileiros. A estimativa é que essas viagens tenham resultado mais de US$ 151 milhões em negócios. Em muitas delas, a Rede CIN tem o apoio de outras entidades, como a Apex-Brasil, parceira há anos nessa agenda.
Então, o Tem Solução de hoje vai explicar por que a sua empresa precisa participar da próxima!
O que é uma missão empresarial?
Conhecidos como serviços de promoção de negócios, as missões empresariais são presenciais organizados pela Rede CIN junto com as federações das indústrias.
Quais as modalidades?
As iniciativas de promoção de negócios são categorizadas em quatro modalidades. São elas:
- Missões prospectivas: Permitem avaliar as características e condições competitivas em um mercado no exterior e identificar oportunidades de inovação de produtos e processos da empresa.
- Missões comerciais: Agregam os mesmos benefícios das missões prospectivas, além de serem focadas na geração de negócios, sobretudo em feiras internacionais de referência do setor.
- Visitas prospectivas e comerciais: Realizadas no Brasil, elas ajudam a formar e consolidar redes de relacionamento e a realizar negócios sem a necessidade de viajar ao exterior.
- Encontros de negócios: Têm foco exclusivo na geração de negócios por meio de reuniões individuais com compradores ou parceiros comerciais qualificados pela Rede CIN.
Quem pode participar?
Empresas brasileiras de todos os setores e portes podem participar e aproveitar a oportunidade para consolidar estratégias de atuação internacional.
Outras informações são oferecidas pelos Centros Internacionais de Negócios (CINs), presentes nas federações das indústrias. Além disso, outros serviços de internacionalização estão disponíveis no site da Rede CIN.
O que eu ganho participando de uma missão?
Muito conhecimento. E quando dizemos muito, é MUITO mesmo! Ao participar de missões empresariais, micros e pequenas empresas conhecem a realidade do comércio exterior na prática, participam de visitas técnicas, e encontram potenciais parceiros para negócios. Você descobre quais documentos precisa para entrar no comércio exterior, seja como visitante ou como exportador. Também aprende a etiqueta do mundo empresarial internacional, entende a necessidade de adequar produtos e catálogos, conhece as dificuldades e busca soluções para sua empresa. Também vai conhecer iniciativas que vão te incentivar a ser mais inovador e competitivo.
Não posso tentar eu mesmo desbravar o mercado que tenho interesse?
Você pode e é importante pesquisar e conhecer o mercado no qual deseja atuar. A diferença é que, com os mecanismos facilitadores oferecidos por instituições especializadas em comércio exterior, você não vai perder tempo e atingirá os resultados que deseja mais cedo.
Na prática, o que acontece numa missão?
As instituições que organizam as missões assessoram os empresários e os levam para conhecer feiras, participar de exposições, conversar com empresários locais e visitar empresas que são referência do setor em qual atua. No caso das missões internacionais, a equipe conta com intérpretes e tradutores para apoiar as MPEs durante as ações de networking.
Sou uma pequena empresa. Vai valer a pena?
Sim. Mesmo que entrar no comércio internacional não seja o foco da empresa de início, conhecer outras culturas e outros mercados é uma experiência enriquecedora para que a empresa aperfeiçoe o desempenho e expanda os negócios no Brasil. Além disso, quem participa das missões descobre como os produtos brasileiros são reconhecidos no exterior e percebe que investir na exportação pode trazer maiores lucros.
Só tem missão pra fora do Brasil?
Não. Existem visitas técnicas e prospectivas, que são realizadas no Brasil, com o objetivo de criar redes de relacionamento e negócios entre empresas dentro do país.
Quem organiza missões empresariais no Brasil?
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN) presentes nas federações das indústrias, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex- Brasil) e entidades internacionais a depender do país que a delegação brasileira vai visitar. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Governo Federal e instituições privadas como a Câmara Americana Amcham também têm iniciativas para promover imersão de brasileiros em outros países.
A fabricante de chocolate Rita de Cássia Fernandes Aguiar, responsável pelo desenvolvimento e inovação de produtos na Cacauway, marcou presença em algumas dessas missões e afirma que fez toda diferença para que a empresa crescesse no mercado nacional.
“Tive a oportunidade de conhecer fábricas de chocolate, escolas de gastronomia, boutiques de chocolate e chocolatiers renomados. Além disso, apliquei o conhecimento que adquiri na minha vida pessoal e profissional, criando e aperfeiçoando os produtos da nossa empresa”, relata Rita de Cássia, que esteve no Festival do Chocolate em Óbidos, em Portugal, em 2016; e no Salon Du Chocolat, em Paris, nas edições de 2018, 2019 e 2021.
A marca de chocolate de Medicilândia (PA) foi criada por meio da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans), que une produtores de cacau do estado, em 2010. No portfólio estão produtos que destacam sabores regionais como as trufas de açaí, castanha do Pará, cupuaçu, geleia de cacau e nibs.
Rita conta que os planos da empresa são começar a exportar em breve. Ela trouxe ideias das missões que participou e, com o apoio dos cooperados e sócios, a empresa começou a se adequar para poder internacionalizar os produtos da Cacauway.
“Nossa empresa já tem propostas, mas ainda estamos realizando treinamentos e adequando as embalagens para exportar. Também têm várias questões de logística porque têm empresários que querem containers fechados de produtos e outros que querem menos quantidade”, explica a especialista em chocolate.
“Indiquei as missões para todos os colegas e para empresários de outros setores. Essa experiência que tive de participar e conhecer fora do Brasil, me mostrou que existe um mundo de oportunidades para os produtos brasileiros e, especificamente, para os produtos de Medicilândia”, conclui Rita de Cássia.
Em missão recente aos Emirados Árabes, estilista fecha parceria para produção exclusiva
Recentemente, a CNI promoveu a Missão Empresarial Prospectiva Brasil – Emirados Árabes Unidos, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção Comercial e Investimentos (Apex-Brasil). A viagem marcou o retorno das missões presenciais, que haviam migrado para o ambiente virtual no último ano devido pandemia de Covid-19.
Entre os dias 11 e 20 de novembro, a delegação brasileira - formada por 327 representantes de 230 empresas brasileiras - participou de rodadas de prospecção de negócios, networking empresarial e visitas técnicas em busca de oportunidades e investimentos em Dubai.
O estilista Frank Lemes do Prado, de Uberaba (MG), conta que deu certo. “Nas visitas técnicas, tive contato com um arquiteto de formação que virou estilista muito bem sucedido em Dubai. Além disso, estive com uma família de seis gerações que comercia tecidos e vamos desenvolver tecidos exclusivos juntos para produzir novas coleções”, detalhou Prado, que também trocou experiências com fornecedores indianos e paquistaneses com a ajuda de uma intérprete da equipe da CNI.
Frank tem contato com o setor de vestuário desde a infância, pois a família era composta por costureiras, que bordavam para ajudar nas despesas da família. Aos 17 anos, ele começou a trabalhar como figurinista em uma loja de tecidos e, logo em seguida, fez cursos no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para aperfeiçoar o dom.
Atualmente, o profissional tem um ateliê em Minas Gerais que produz vestidos de alta costura para noivas, madrinhas, debutantes e formandas, além de fazer sapatos e outras peças sob medida.
De volta às terras brasileiras, o estilista disse que está animado para colocar os conhecimentos que adquiriu em prática. “Estamos trabalhando na construção das redes sociais e site para atuar no e-commerce. Pretendemos recontratar profissionais que dispensamos durante a pandemia e treinar nova mão de obra para atuar na nossa indústria”, conta Frank Prado.
“Aproveitei cada minuto. Só queria absorver e não perder nenhuma oportunidade. Só tenho de agradecer e sei que muito mais está por vir. A CNI deve continuar fazendo este trabalho em outros países e continentes”, completa o estilista.