União entre governo e setor privado é fundamental para enfrentamento da crise hídrica, avalia a CNI

“Devemos ter consciência de que o problema é comum, o que torna essencial que as soluções sejam construídas em conjunto”, discursou Marcos Guerra, vice-presidente da CNI

Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; representante do governo de SP, Rui Brasil Assis; e o vice-presidente da CNI Marcos Guerra

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) da entidade, Marcos Guerra, defendeu nesta quinta-feira (23) que governo, sociedade e setor privado se unam para enfrentar a situação de desabastecimento de água que atinge as regiões Sudeste e Nordeste do país. Ele participou da abertura do Seminário Internacional Gestão da Água em Situações de Escassez, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, com o apoio da CNI. O evento, realizado no Hotel Transamérica São Paulo, na capital paulista, reúne especialistas em recursos hídricos do Brasil e de outros nove países, que apresentam casos de sucesso em relação ao uso da água. 

“As ações para o enfrentamento da crise (hídrica) devem ser coordenadas entre governos, organizações da sociedade civil, academia e setor privado. Devemos ter consciência de que o problema é comum, o que torna essencial que as soluções sejam construídas em conjunto”, discursou Marcos Guerra, que também preside a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES). 

Marcos Guerra ressaltou que os incentivos governamentais são essenciais, não apenas para a construção das infraestruturas, como para o avanço da pesquisa e da inovação em tecnologias de água. Segundo Guerra, é também fundamental que o Brasil disponha de uma regulação ágil que traga estabilidade e segurança jurídica para os investimentos privados. “Tornar mais eficiente o uso de insumos estratégicos como água e energia é um desafio para a competitividade das empresas”, destacou. Ele disse ainda que o uso sustentável da água já faz parte das atividades empresariais. Ouça clicando aqui.

Na abertura, ao lado da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do coordenador de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rui Brasil Assis, o representante da CNI frisou que a indústria tem se empenhado para usar a água de forma cada vez mais eficiente. Guerra observou que o Brasil conta com uma moderna e inovadora indústria de máquinas, equipamentos, componentes eletroeletrônicos, têxteis, construção civil, entre outras. “Esses setores estão aptos e dispostos a contribuir com as estratégias para superar os desafios decorrentes da ocorrência de eventos extremos, como as secas que atingiram o país.” 

FEIRA INTERNACIONAL – A ministra Izabella Teixeira frisou que a busca de soluções eficientes para o combate a escassez hídrica passa por uma união entre governo e setor privado. Ela anunciou, durante o evento, que pretende realizar no Brasil uma feira internacional de negócios voltada para tecnologias de uso da água. “Vamos propor uma agenda de interlocução que possivelmente envolva a realização de uma feira de tecnologia no Brasil com tudo o que acontece no mundo em relação à eficiência de uso de água”, disse. 

Izabella acrescentou que o objetivo do seminário internacional, que reúne representantes de nove países, é trazer para o Brasil uma visão mais abrangente de experiências internacionais de enfrentamento de situações de escassez de água, e buscar parcerias. “Se olharmos vários Brasis no mesmo Brasil, como eu gosto de falar, vamos ver que a água é um fio condutor para a qualidade e o desenvolvimento do país. A água ganhará cada vez mais protagonismo, não mais pela crise, mas como um vetor de indicação de uma nova matriz de desenvolvimento”, afirmou. 

Participam do seminário especialistas em recursos hídricos da Austrália, China, Espanha, Estados Unidos, Japão, Israel, Cingapura, Uruguai e México. 

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