A LATAM Airlines, gigante do setor de aviação, levou para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, sua estratégia para redução dos impactos ambientais.
A companhia aérea está focada em promover a agenda de sustentabilidade no transporte aéreo. Na COP28, a LATAM tem reafirmado seu compromisso de se tornar uma companhia carbono neutro até 2050.
Nesse sentido, Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil, destacou a importância de o Brasil adotar, com urgência, uma política pública específica para o combustível sustentável de aviação, conhecido como SAF.
Para ela, um marco regulatório evitará que o uso do SAF torne o transporte aéreo inacessível para a população e as empresas brasileiras.
"A LATAM será, cada vez mais, um ativo social e ambiental para ajudar o Brasil a enfrentar os desafios da descarbonização. E isso passa pela construção de uma política pública estatal para o SAF e pelo desenvolvimento de um mercado de carbono justo e eficiente para a sociedade e os ecossistemas brasileiros", afirma Maria Elisa.
Ações e prazos
Baseada em diálogo e colaboração, a abordagem da LATAM engloba os pilares de mudanças climáticas, economia circular e valor compartilhado, com quatro metas fundamentais para concretizar sua visão sustentável.
Até 2023, a empresa havia se comprometido a eliminar plásticos de uso único (meta 93% atingida até o último levantamento, em novembro) e, até 2027, se tornar uma companhia zero resíduos para aterro sanitário.
Além disso, pretende reduzir ou compensar 50% das emissões domésticas de CO2 até 2030, culminando em sua ambição de ser uma companhia carbono neutro até 2050.
A empresa destaca que a descarbonização do setor não é uma tarefa solitária e enfatiza a necessidade de atuação em três frentes: adoção de novas tecnologias, eficiências operacionais e compensação de emissões.
Alinhamento com metas globais
Alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a estratégia global de sustentabilidade do Grupo LATAM Airlines visa promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico na América do Sul nas próximas três décadas.
No âmbito da aviação sustentável, a empresa afirma adotar medidas que vão desde a aquisição de aeronaves mais eficientes, como o Airbus A320neo e o Boeing 787, que consomem entre 20% e 25% menos combustível, até a implementação de softwares e ferramentas de machine learning para otimizar processos operacionais.
Entre as iniciativas para promover a eficiência e reduzir as emissões de gases de efeito estufa estão o teste com veículos elétricos para o atendimento de aeronaves em solo e a reestruturação de rotas no Brasil.
Parte dessa reorganização já foi feita em colaboração com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e resultou no redesenho de 75 rotas.
A medida resultou na redução de 62 milhões de quilos no consumo de querosene de aviação (QAV) e de 196 milhões de quilos nas emissões de dióxido de carbono entre 2020 e o primeiro trimestre de 2023.
Em outra frente, a LATAM está apoiando um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em parceria com a Airbus que tem como objetivo avaliar os impactos das iniciativas para a descarbonização da aviação na América Latina.
Com resultados previstos para abril de 2024, o levantamento explora cenários para a implantação do SAF até 2050, oferecendo uma visão clara das oportunidades e desafios associados à descarbonização do transporte aéreo na região.
Por fim, a empresa também busca identificar projetos de créditos de carbono consistentes. O foco está na manutenção de ecossistemas essenciais do Brasil, por meio do conceito de "floresta em pé".