Um grupo de técnicos da Agência Internacional de Cooperação para Capacitação em Conservação de Energia, do governo do Japão, apresentará, nesta terça-feira (23), em São Paulo, a um grupo de 54 empresas brasileiras, ações de racionalização do uso de energia. A iniciativa, que visa implantar no Brasil as boas práticas internacionais nesta área, é resultado de uma parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) e Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Na primeira fase do projeto, os técnicos japoneses fizeram o diagnóstico e planos de uso racional de energia para duas unidades do grupo Votorantim - uma de cimento e outra de siderurgia - além de uma empresa do ramo textil, a Polyenka Ltda.
"A ideia é que o uso racional de energia seja uma prática cada vez mais presente em todas as empresas brasileiras", afirma o especialista em infraestrutura da CNI Rodrigo Garcia. Isso é importante especialmente neste momento em que os custos com o insumo estão subindo por causa do acionamento das termelétricas. "Além de reduzir os custos de produção e trazer competitividade para as empresas, a eficiência energética é uma medida importante para a redução das emissões de gases do efeito estufa na indústria", completa Garcia.
Segundo ele, o Japão, que produz apenas 6% da energia que consome, é um modelo internacional de eficiência energética. De 1965 a 2012, a indústria japonesa reduziu em 43% o uso de energia para cada 1 trilhão de ienes produzidos (cerca de US$ 9,8 bilhões). Graças às políticas implementadas em todos os setores, de 1973 para cá, o Japão diminuiu em 40% a quantidade de energia cosumida para produzir o equivalente a 1 trilhão de ienes.
CARTILHA - No Brasil, o Plano Decenal de Expansão de Energia, do governo federal, prevê uma economia de 5,2% do total de energia a ser consumido em 2023. Em 2014, a economia foi de apenas 0,5% do total consumido. Um estudo do Conselho Internacional de Eficiência Energética (ACEEE) coloca o Brasil em 15º lugar numa lista de 16 países avaliados pelo uso racional da energia. Nesse ranking, em que a Alemanha aparece em primeiro lugar, seguida da Itália, o Brasil fica à frente apenas do México.
Para incentivar o uso racional da energia, a CNI lançou, no ano passado, a cartilha Entre nesta Corrente . O folheto e a cartilha da campanha continham orientações práticas para economizar energia em motores elétricos, sistemas de refrigeração, de ar comprimido, de iluminação, de bombeamento de água na indústria. O material está disponível aqui no Portal da Indústria.