COP28: conselho da CNI debate expectativas da indústria brasileira para a conferência

Na 135ª reunião do Coemas, a confederação mostrou à base o planejamento de ações para a Conferência do Clima. Pela primeira vez, a CNI terá um estande próprio na “Área Azul” da COP

Para o presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Thomé, a COP28 fortalecerá as relações institucionais técnicas e comerciais da indústria brasileira junto a empresas, delegações, entidades internacionais e governo. “A cada ano, a CNI mobiliza sua base industrial para uma participação mais efetiva da indústria nas conferências”, disse, nesta segunda-feira (27), na reunião do colegiado.

“A indústria brasileira já é uma referência no desenvolvimento sustentável, e as ações concretas do setor ao enfrentamento das questões climáticas serão mostradas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP8)”, acrescentou o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

O encontro debateu as expectativas da indústria para a COP28, que será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Pela primeira vez, a CNI terá um estande próprio na “Área Azul” da conferência, gerenciada pela ONU. O local é onde ocorrem as negociações e lá, em um espaço de 100 m2, a CNI vai exibir o trabalho que o setor faz há décadas para se tornar cada vez mais sustentável.

Segundo Bomtempo, neste ano, as principais discussões da COP serão centradas:

  • na definição da estratégia de descarbonização da economia
  • no avanço da implementação do mercado global de carbono
  • e na mobilização dos países para o financiamento climático

Ao longo do evento também serão divulgadas cinco publicações elaboradas pela CNI que ajudarão nos debates dos diversos painéis previstos no estande da confederação. Os temas foram detalhados pela gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Juliana Falcão, e tratam:

  1. do potencial da energia eólica offshore e da produção de hidrogênio de baixo carbono
  2. da iniciativa brasileira para o relato corporativo de emissões de gases de efeito estufa (GGE)
  3. da estratégia de adaptação à mudança do clima
  4. do artigo 6º do Acordo de Paris, que trata do mercado de carbono
  5. de um roteiro para uma estratégia nacional de descarbonização da indústria

A participação da indústria brasileira na COP28 será recorde, com a presença de mais de 100 empresários. Para essas empresas que estarão no evento, a conferência é a oportunidade de mostrar as ações concretas que a indústria vem implementando para reduzir as emissões de GEE e contribuir com as metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris. 

Bomtempo ainda apresentou aos participantes da reunião os principais destaques do dia 6 de dezembro, em que serão realizadas atividades específicas da indústria no evento chamado Diálogo empresarial para uma economia de baixo carbono. Além das empresas e da CNI, há a previsão de participação de representantes do governo federal, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e de câmaras de comércio de diversos países. 

Biodiversidade

Na programação da CNI ao longo da COP, está prevista a discussão sobre promoção e uso sustentável da biodiversidade brasileira. A confedaração preparou uma série de sugestões para contribuir com a atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB). O documento definirá as prioridades do país até 2030 para a conservação e a restauração das riquezas naturais.

A EPANB é a ferramenta que o país utiliza para definir as diretrizes e ações necessárias à promoção da conservação e uso sustentável da biodiversidade e à repartição justa dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados. Ela também monitora o progresso das ações brasileiras rumo às metas nacionais estabelecidas.

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