Campanha da Confederação Nacional da Indústria estimula uso eficiente da energia

Líderes empresariais receberão cartilha com sugestões para uso racional da energia

Confederação Nacional da Indústria (CNI) está lançando uma campanha que incentiva o uso eficiente da energia nas empresas. A campanha, que começa nesta segunda-feira (5), é dirigida a mais de dois mil líderes empresariais e representantes do governo. Ao longo dos próximos dias, eles receberão um folheto e uma cartilha com sugestões para o uso racional da energia em motores elétricos, sistemas de refrigeração, de ar comprimido, de iluminação, de bombeamento de água e outros.

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Conforme a CNI, o consumo dos motores elétricos e dos sistemas de refrigeração, de ar comprimido e de iluminação representa mais de 50% dos custos com energia da indústria. “A cartilha reforça as iniciativas da CNI de estímulo à eficiência energética e ajuda as empresas a reduzir os impactos que o aumento dos preços da energia, provocado pelo acionamento das termelétricas, terá sobre os custos de produção e a competitividade da indústria”, afirma o especialista da Unidade de Infraestrutura da CNI, Rodrigo Garcia. Cálculos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que só em 2013 o custo extra com o acionamento das térmicas atingiu R$ 6,65 bilhões. Entre janeiro e fevereiro deste ano, esse custo alcançou R$ 443,6 milhões.

Segundo Garcia, as ações propostas não comprometem a qualidade dos produtos e nem o ritmo de produção das indústrias. Com 40 páginas, a cartilha está disponível aqui no Portal da Indústria e contém recomendações práticas para economia de energia nos processos industriais. “Em qualquer sistema de distribuição de energia elétrica há perdas que podem alcançar valores elevados. Essas perdas aquecem o ambiente, tornando, em muitos casos, necessária a instalação de ventiladores e exaustores, elevando ainda mais o consumo de energia”, diz a publicação.

AÇÕES PRÁTICAS - Entre as medidas sugeridas, estão ações simples como a revisão de aparelhos defeituosos e a reparação e o isolamento adequado de emendas de fios e cabos. A cartilha alerta para a manutenção do ar condicionado na faixa de conforto térmico, que é de 22º a 24º C, e a substituição progressiva dos motores muito antigos por equipamentos mais modernos. Sugere ainda que os fornos elétricos operem o mais próximo possível da carga plena e que as empresas utilizem ao máximo possível a iluminação natural.

Conforme Rodrigo Garcia, a campanha, que tem como slogan Eficiência energética na indústria. Entre nesta corrente, complementa as ações que a CNI e as federações de indústrias vem implementando desde 2005 para promover o uso racional da energia. “A eficiência energética é um dos pilares da competitividade e da sustentabilidade brasileira. Além de reduzir os custos de produção, o uso racional da energia é considerada internacionalmente com a medida mais importante para a redução das emissões de gases do efeito estufa na indústria”, completa Garcia. Ele lembra que a indústria é a maior consumidora de energia elétrica no Brasil, respondendo por 41% do consumo total. “Por isso, o setor precisa buscar o uso racional da energia, buscar a  garantia de abastecimento e tarifas competitivas".

Há quase dez anos, a indústria brasileira vem executando, de forma voluntária, programas de uso eficiente de energia em suas linhas de produção. Em parceria com a Eletrobrás, a CNI criou o Procel Indústria, iniciativa com o objetivo de elevar o dinamismo das ações de eficiência energética no setor industrial. O trabalho mapeou casos de sucesso implementados em empresas e identificou as principais oportunidades de economia de energia em setores selecionados. 

Somente nos 13 setores da indústria com maior participação no PIB do setor, há 217 programas de eficiência energética em curso. Estima-se que esses programas, juntos, têm potencial de conservação de energia de 31.450 GWh por ano. Isso equivale a uma usina hidrelétrica com 6.500 MW de potência instalada, ou o equivalente à energia consumida pelos grandes consumidores industriais no sistema Centro-0este/Sudeste no ano de 2009. 

A indústria brasileira, como ocorre em segmentos de bens duráveis, tem contribuído de forma significativa para racionalizar o consumo de energia no país. Na última década, equipamentos domésticos como fogões, fornos, aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores e congeladores foram produzidos para atender novos e rígidos padrões de consumo eficiente de eletricidade. 

As vantagens da adoção de ações permanentes e voluntárias do uso eficiente da energia são incontáveis. Do ponto de vista ambiental, a redução do consumo contribui para postergar investimentos em novas usinas e infraestrutura de transmissão e distribuição, o que mitiga novos impactos sobre o meio ambiente. Sob a ótica econômica, a gestão do consumo de energia na indústria reduz custos de produção, ao mesmo tempo que aliviam pressões sobre a disponibilidade, custo e qualidade da oferta de energia elétrica no sistema.

SAIBA MAIS - Conheça melhor a campanha da CNI e acesse a cartilha, folder ou o cartaz que foram criados. Os materiais estão disponíveis para download.

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