A pedido da CNI, Fundo Clima inclui reúso e dessalinização entre prioridades

Recursos somam R$ 21,2 bilhões e serão operados pelo BNDES. Inclusão foi aprovada na terça-feira (8)

A pedido da indústria, o Fundo Clima – programa do governo federal de fomento à transição para a economia verde – admitirá financiamento para projetos de reúso de efluentes e dessalinização de águas salobras ou salinas para fins industriais. 

A inclusão foi proposta pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e incorporada ao Plano Anual de Aplicação de Recursos (PAAR) 2025, aprovado na 6ª Reunião Extraordinária do Comitê Gestor do fundo, na terça-feira (8), com orçamento de R$ 21,2 bilhões.  

Esses recursos serão operados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2024, as atividades apoiadas pelo Fundo Clima demonstraram a capacidade de evitar a emissão de 86,6 milhões de toneladas de gás carbônico.   

Desde 2017, a CNI tem promovido estudos de potencial de reuso em estados como Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul, com a consultoria técnica do Centro Internacional de Referência em Reúso da Água (CIRRA/USP). A iniciativa visa mapear a demanda e a oferta de efluentes tratados para uso industrial, visando o estímulo a investimentos direcionados ao reaproveitamento da água e a redução da pressão sobre mananciais naturais.  

“A aprovação dessa proposta fortalece o papel da indústria na busca por soluções sustentáveis para a segurança hídrica. Estudos como o que realizamos em Alagoas, em parceria com o governo do estado, mostram que o reúso de efluentes é uma alternativa promissora para a gestão sustentável dos recursos hídricos, contribuindo para a mitigação dos impactos da escassez e do estresse hídrico”, afirma o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.  

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) tem até 60 dias após a sanção da Lei Orçamentária Anual - prevista para 11 de abril — para publicar oficialmente o PAAR 2025.

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