

Com uma abordagem interativa e acessível, Clima: O Novo Anormal é uma adaptação brasileira da mostra Urgence Climatique, originalmente concebida pela Universcience.
Foto: Isis Aisha / SESI Lab
Entra em cartaz nesta sexta-feira (10) a nova exposição do SESI Lab. Clima: O Novo Anormal convida o público a repensar a relação com o planeta diante da emergência climática global. A proposta é provocar reflexão, conscientização e, principalmente, mobilizar ações ambientais concretas.
Brasília será a primeira cidade brasileira a receber a mostra, que ficará em cartaz até 14 de dezembro. A exposição faz parte da programação da Temporada Brasil - França 2025, que visa fortalecer a integração e parceria entre os dois países.
Além da Capital Federal, a exposição vai passar também por Belém: cidade que vai sediar a COP 30. Lá a mostra começa a ser exibida a partir do dia 6 de novembro no Centro Cultural Banco da Amazônia.
Uma criação internacional com adaptação brasileira
Com uma abordagem interativa e acessível, Clima: O Novo Anormal é uma adaptação brasileira da mostra Urgence Climatique, originalmente concebida pela Universcience e apresentada na Cité des Sciences et de l’Industrie, uma das mais importantes instituições científicas da Europa, localizada em Paris. No Brasil, a realização conta com o apoio da Embaixada da França.
A direção artística da versão nacional é assinada por Fernando Meirelles, diretor, produtor e roteirista, indicado ao Oscar por Cidade de Deus e reconhecido por sua atuação em projetos de impacto social.
O “novo anormal” e a crise climática
Rejeitando o termo “novo normal”, a mostra adota o conceito de “novo anormal” para refletir sobre a naturalização dos eventos climáticos extremos, como secas, enchentes, queimadas e ondas de calor, que já fazem parte da vida cotidiana de milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
“O Novo Anormal nos convida a dar um passo atrás e entender como chegamos até aqui, o que nos espera pela frente e a repensar a nossa forma de habitar o mundo e de agir. Fala sobre a necessidade de iniciarmos profundas transformações pessoais, coletivas e mobilizar o maior número possível de pessoas em favor de um mundo sustentável e de maior justiça social”, afirma Fernando Meirelles.
Instalações imersivas, dados científicos e engajamento social
A exposição propõe uma imersão sensorial e informativa por meio de instalações interativas, recursos audiovisuais e dados científicos atualizados, que explicam o impacto real do aquecimento global nas vidas humanas, na economia e no meio ambiente.
Um dos destaques é uma obra com um globo suspenso, que mostra como o aumento da temperatura do planeta ocorre de forma desigual e como isso afeta especialmente as populações mais vulneráveis, com consequências como calor extremo, elevação do nível do mar e alagamento de comunidades litorâneas.
“Ao visitar a exposição, lembre-se de que ela está mostrando o seu futuro. Não há mais tempo para reverter os fenômenos climáticos em curso; alguns já ultrapassaram o ponto de não retorno. Mas ainda podemos mitigar suas causas e nos adaptar. De fato, não temos alternativa senão enfrentar a crise – com coragem, determinação e criatividade”, destaca o texto curatorial da mostra.
A experiência no SESI Lab
Em Brasília, Clima: O Novo Anormal ocupa o SESI Lab, museu de arte, ciência e tecnologia de Brasília. A mostra integra a programação do museu para o biênio 2025-2026, dedicada ao tema energia e transição energética.
“Vivemos um tempo em que os impactos climáticos já não podem ser ignorados. A exposição mostra que, embora o cenário seja grave, também é possível reagir com coragem, criatividade e responsabilidade coletiva. A proposta é oferecer ao visitante uma experiência transformadora: sair da exposição mais informado e mais engajado para agir”, afirma Claudia Ramalho, superintendente de Cultura do Serviço Social da Indústria (SESI).
Mais do que informar, a exposição busca mobilizar: cada visitante é convidado a refletir sobre seus hábitos de consumo, alimentação, mobilidade e participação política, reconhecendo o poder das ações individuais e coletivas na construção de um futuro possível.
“A crise climática não é um problema distante, mas uma realidade presente que já nos afeta. No entanto, também acreditamos na força das ações coletivas, da inovação e da educação para criar alternativas possíveis. O SESI Lab é esse espaço de diálogo e experimentação, onde arte, ciência e tecnologia se unem para inspirar mudanças”, completa Ramalho.
Sobre a Universcience
A Universcience é o principal polo público de cultura científica da França, reunindo o Palais de la Découverte e a Cité des sciences et de l’industrie, em Paris. Sua missão é tornar a ciência acessível a todos, estimulando a curiosidade, o pensamento crítico e a inovação, com forte compromisso com a sustentabilidade e a redução da pegada de carbono de suas próprias atividades. Neste contexto, a instituição criou a exposição Urgence Climatique, concebida em estreita colaboração com cientistas e mediadores e com curadoria científica de Jean Jouzel, climatologista de referência internacional.



