Integrante de uma rede voluntária nacional mobilizada para manutenção de respiradores mecânicos – equipamento essencial no tratamento de pacientes graves da Covid-19 –, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Goiás, juntamente com a Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação da Universidade Federal de Goiás (EMC/UFG) e o Instituto Federal de Goiás (IFG), entregou nesta segunda-feira (11) à Secretaria Estadual de Saúde (SES) dez respiradores consertados por técnicos das instituições. A estimativa é de que cada aparelho recuperado poderá atender até dez pessoas afetadas pelo novo coronavírus.
A participação do corpo técnico do SENAI na rede nacional e regional faz parte da mobilização determinada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e do Conselho Regional da instituição em Goiás, Sandro Mabel, que envolve diversas ações em meio à pandemia, a exemplo de doações a famílias necessitadas por meio do projeto FIEG Mais Solidária, confecção de máscaras e protetores faciais, entre outras.
A iniciativa de recuperação de respiradores mecânicos envolve também a Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin) e o Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT/GO), que destinou mais de R$ 64 mil para contratação de técnicos na área de eletroeletrônica, aquisição de peças e de equipamentos de proteção individual (EPIs), além de material de higienização para os docentes responsáveis pela manutenção e calibração dos ventiladores pulmonares.
Cerca de 40 técnicos voluntários das instituições do SENAI, da EMC/UFG e do IFG trabalham no conserto de 102 aparelhos que estavam em desuso, com diferentes níveis de danos. Além dos respiradores, também foram entregues nesta segunda-feira 2 mil protetores faciais produzidos pela Escola SENAI Vila Canaã, de Goiânia, em parceria com a UFG e a Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer). Ao todo, serão confeccionadas 10 mil máscaras.
Professor titular da EMC/UFG, Rodrigo Pinto Lemos conta que buscou parceria com o SENAI ao saber que a instituição da FIEG integra rede nacional de manutenção de respiradores. “Para nós era algo novo ainda, mas o Senai já integrava uma rede estruturada e com diretrizes bem definidas. Unimos esforços, competências e infraestrutura para agilizar o trabalho e entregar esses aparelhos prontos para ajudar a salvar vidas nesse momento tão difícil”, disse.
Para o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino Júnior, a união de vários parceiros foi fundamental para o sucesso da ação. “A recuperação dos aparelhos vai aumentar as possibilidades de tratamento dos pacientes graves, podemos equipar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de gerar economia para o estado, uma vez que cada respirador custa em média R$ 100 mil e está em falta no mercado”, ressaltou.
Presente à entrega dos respiradores, o vice-presidente da FIEG André Rocha destacou o compromisso social do Sistema Indústria em ações de combate à pandemia. “A instituição coloca todo seu corpo técnico em várias frentes de atuação para atender à sociedade da melhor maneira possível, unindo esforços para ajudar a superar os desafios. O que mais importa nessa iniciativa é que cada respirador recuperado pode salvar dez vidas e vamos trabalhar para consertar o máximo de aparelhos possíveis.”
O vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEclin), Ricardo Maranhão, explica que a entidade é parceira do projeto Iniciativa + Manutenção de Respiradores para ajudar ao máximo na recuperação dos equipamentos em todo o País. “Ao ser recebido, o aparelho passa pela identificação das falhas e é encaminhado para o conserto. Após a recuperação, cada equipamento passa pela calibração, conforme exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, por fim, recebe um laudo técnico assinado por engenheiros clínicos voluntários garantindo o funcionamento e a permissão de uso”.
Rede de manutenção
A rede voluntária para manutenção dos respiradores passou a operar no dia 30 de março e busca ampliar o número disponível desses aparelhos. Em Goiás, a Escola SENAI Vila Canaã, de Goiânia, é um dos 45 pontos de unidades operacionais que estão recebendo esses ventiladores pulmonares para manutenção.
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