SENAI ensina montadoras a consertar respiradores

Técnicos do Núcleo Odonto-Médico-Hospitalar do SENAI de São Paulo capacitam General Motors, Scania, Toyota e Honda a realizar reparos nos equipamentos

Assim que chegam à unidade, os respiradores quebrados passam por triagem, desinfecção e depois são encaminhados para a manutenção

Pouco mais de uma semana após a entrega do primeiro lote de máscaras hospitalares para o Hospital do Rim, na capital paulista, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de São Paulo continua com a produção em ritmo acelerado. Mas, agora, também trabalha intensamente para consertar respiradores hospitalares artificiais na sua unidade da Vila Leopoldina, na Zona Oeste da cidade.

“Nosso objetivo é fazer uma rede de recuperação de respiradores, que é um dos equipamentos essenciais no tratamento dos casos mais graves da covid-19”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Pauo (FIESP) e do SENAI/SP, Paulo Skaf.

“É uma contribuição da indústria de São Paulo nesta guerra contra o novo coronavírus", enfatiza Skaf.

A escola SENAI Mariano Ferraz, na Vila Leopoldina, se tornou um dos postos avançados desta batalha. Lá, os técnicos do Núcleo Odonto-Médico-Hospitalar Manoel Amaral Baumer estão capacitando representantes de montadoras para o reparo de respiradores artificiais. O núcleo é referência na área de manutenção de equipamentos biomédicos e oferece mais de dez cursos na área.

Por conta do avanço do novo coronavírus no país, foi criada uma frente para acelerar o processo de conserto de respiradores. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, no Brasil há mais de 3.600 respiradores parados por problemas como a falta de manutenção adequada, sendo mais de 700 aparelhos fora de operação apenas no estado de São Paulo.

Assim que chegam à unidade, os respiradores quebrados passam por triagem, desinfecção, quarentena (se necessário), para depois serem encaminhados aos laboratórios de manutenção de equipamentos biomédicos existentes no Núcleo, onde é feita a segunda triagem e o reparo dos respiradores.

As montadoras que estão participando do treinamento para conserto dos equipamentos respiradores são a General Motors, Scania, Toyota e Honda, que deverão estruturar suas próprias plantas de reparação de respiradores com base no que foi montado na unidade do SENAI. O conserto dos respiradores é um serviço à sociedade. Entidades que necessitem realizar o reparo deverão entrar em contato com a instituição para participar do programa.

Uma máscara a cada 5 minutos

Do outro lado da cidade, na escola SENAI Francisco Matarazzo, a produção de máscaras hospitalares iniciada há menos de dez dias segue a todo o vapor. A escola é o principal polo de produção dos utensílios, que reúne outras 15 unidades do SENAI. A meta é entregar, ao final de três meses, 600 mil máscaras.

As 600 mil máscaras adicionais serão produzidas com Tecido Não Tecido (TNT)

Emergencialmente, na semana passada, já foram entregues quatro mil. Outras 6.700 máscaras estão sendo finalizadas, como explica o diretor da escola, Getúlio Rocha: “A iniciativa do SENAI é muito importante neste momento de crise. A gente espera ajudar a nossa população e o nosso país. É muito emocionante estar dentro deste processo, com a colaboração das pessoas e com toda a estrutura da instituição trabalhando para isso”.

A ação envolve 200 profissionais, entre docentes, ex-alunos e outros voluntários. As 600 mil máscaras adicionais serão produzidas com Tecido Não Tecido (TNT) odonto-médico hospitalar, próprio para a confecção de máscaras cirúrgicas.

“Existe um fluxo de produção onde cada um sabe o que faz e em que momento. Para fazer uma máscara, o tempo médio é de cinco minutos, com a participação de até sete pessoas na linha de produção”, explica o coordenador de atividades técnicas do SENAI do Brás, Robson Albuquerque.

O tecido é cortado em máquina especial, que evita o desperdício. Em seguida, o material é separado e enviado para as unidades do SENAI, onde ocorre o processo de confecção das máscaras. Depois elas são encaminhadas para duas escolas, uma em Campinas e outra em São Bernardo do Campo, onde o material é esterilizado por meio de autoclaves. Depois são embaladas e seguem para a distribuição.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

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