A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), fortaleceu a parceria com a equipe multidisciplinar da Escola Politécnica (Poli), da Universidade de São Paulo (USP), para o projeto Inspire.
O grupo da Poli é responsável por tirar do papel, de forma pioneira, o protótipo de um ventilador pulmonar de baixíssimo custo e fácil fabricação cuja função é a de suprir a alta demanda do aparelho hospitalar em razão da pandemia do Covid-19.
A atribuição do SENAI foi dar suporte à produção de um componente do respirador Inspire, a peça fuso, que faz a movimentação do pulmão artificial. As entidades reiteraram a cooperação neste trabalho e em próximos, durante videoconferência, realizada pelo Conselho de Inovação e Competitividade (Conic), da FIESP.
Neste caso do protótipo do ventilador pulmonar batizado de Inspire, o SENAI segue desempenhando um importante trabalho: o de fornecer a pesquisa aplicada desenvolvida pelos profissionais da escola SENAI Suíço-Brasileira Paulo Ernesto Tolle.
O gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI, Oswaldo Maia, explicou que a equipe da Poli procurou os profissionais da instituição com a finalidade de suprir a dificuldades na microfabricação desse componente em aço.
“Fizemos os testes de usinagem e a documentação dessa peça. E, a partir disso, estamos produzindo os componentes para serem testados nesta fase e que contribuem para o respirador atingir as especificações que a equipe programou”, contou Maia.
Durante a videoconferência, os pesquisadores da USP apresentaram as especificações do protótipo do respirador, que está sendo produzido em caráter emergencial e com preço estimado em R$ 1 mil reais. O respirador mais barato disponível no mercado custa R$ 15 mil. Uma diferença de valor importante para a aquisição do equipamento em tempos da pandemia, que tem como um dos sintomas mais graves a alteração das condições respiratórias dos pacientes.
“Todas as fases operacionais do ventilador pulmonar que produzimos são controladas eletronicamente. O equipamento terá a capacidade de atender pacientes em UTI, entubados, em estado grave e com sérias complicações respiratórias”, afirma o professor Raul González Lima, especialista em Engenharia Biomédica e um dos coordenadores do projeto.
Representante da Associação dos Engenheiros Politécnicos, Dario Gramorelli reforçou a importância dessa parceria. Ele relembrou, também, os acordos celebrados entre as duas instituições, que possibilitou o uso dos laboratórios do SENAI pelos alunos da pós-graduação da USP.
“Não temos nenhuma dúvida de que o desenvolvimento desse componente, o fuso, foi fundamental para o nosso projeto. E continuará sendo. Temos uma produção em caráter de escala. Esta semana, fabricamos 5. Na próxima, 30. E, na outra, serão 300 unidades”, ressaltou Gramorelli.
O Inspire deverá ser um turning point nas experiências de suporte à vida. Principalmente, em regiões remotas do país. Depois de aprovado na fase de testes técnicos, o equipamento aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Conserto de respiradores mecânicos
Como parte das ações de enfrentamento da covid-19, o SENAI montou uma rede de recuperação de respiradores. A Escola SENAI Mariano Ferraz, na Vila Leopoldina, se tornou um dos postos avançados desta batalha. Lá, os técnicos do Núcleo Odonto-Médico-Hospitalar Manoel Amaral Baumer estão capacitando representantes de montadoras para o reparo de respiradores artificiais.
O núcleo é referência na área de manutenção de equipamentos biomédicos e oferece mais de dez cursos na área. Desde o dia 28 de abril, já foram recuperados 59 respiradores. Em uso, nos hospitais, cada equipamento tem a capacidade de salvar a vida de dez pessoas.
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